“Vivi para isso”. A frase curta, porém carregada de dor, foi dita pela mãe do adolescente morto por policiais militares em Goiânia. A mulher, que não teve o nome divulgado para preservar sua identidade, emocionou a todos ao relatar, durante audiência judicial, o sofrimento profundo que enfrenta desde a perda do filho — um jovem de apenas 17 anos, morto durante uma abordagem policial que ainda levanta muitas perguntas.
Segundo ela, desde o dia da tragédia, sua vida entrou em colapso. O luto se transformou em depressão, crises de ansiedade e noites sem dormir. Atualmente, está sob acompanhamento psiquiátrico e faz uso de medicamentos controlados para lidar com o trauma. “Meu filho era alegre, cheio de sonhos. Tiraram ele de mim sem motivo. Eu não vivo mais, apenas existo”, desabafou durante a audiência.
O caso, que gerou grande comoção e protestos na capital, está em julgamento, e os policiais envolvidos respondem por homicídio. A mãe, agora símbolo da luta por justiça em nome das famílias que perderam seus filhos para a violência, faz um apelo direto: “Eu só quero justiça. Não estou pedindo nada além do que é certo. Eles precisam pagar pelo que fizeram.”
A audiência contou com a presença de representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da sociedade civil organizada. Entidades de direitos humanos acompanham o caso de perto e reforçam o pedido por transparência e responsabilização.
A tragédia reacende o debate sobre a abordagem policial a jovens nas periferias e reforça a urgência de políticas públicas que garantam não só segurança, mas também respeito à vida e à dignidade das famílias goianas.
O Goiás da Gente continuará acompanhando o caso e ouvindo todas as vozes envolvidas. Porque por trás de cada estatística, há uma mãe, uma família, uma história que não pode ser esquecida.
Redação