O vigilante Victor Aguiar dos Santos, 36 anos, recebeu mais de 10 pontos no abdômen após projétil de borracha ficar alojado.
O vigilante Victor Aguiar dos Santos, 36 anos, terá de ficar um mês em casa para se recuperar do ferimento causado por uma bala de borracha que o atingiu durante uma abordagem policial, na madrugada do último domingo (18/6), em uma festa no Gama.
O artefato ficou alojado, e o homem precisou passar por procedimento cirúrgico. Foram mais de 10 pontos no abdômen, além da perna esquerda imobilizada e dores no pescoço e ombros. Victor afirma que o maior medo é ter o trabalho prejudicado em decorrência do registro na delegacia.
“Minha preocupação é com o trabalho. Como a gente trabalha com segurança e ganha diária, não sei como vou fazer. Se eu tiver que reciclar meu curso [de vigilante], já é um problema. A gente não pode ter nenhuma passagem na polícia. Meu maior medo é esse. Tem mais de cinco anos que trabalho na área. Para eu sair de uma área e começar em outra é complicado”, lamenta.
Victor conta que estava com a esposa e um grupo de amigos no estabelecimento quando a confusão começou. Ele lembra que ouviu a mulher dizendo para o namorado da mãe de uma colega do grupo não bater nela. “Fui para cima dele, mas não cheguei às vias de fato”, diz.
O vigilante conta que o segurança do local foi quem acionou a PM. “Estava conversando com o sargento e o segurança falou para um dos soldados que eu estava armado. Foi uma coisa muito rápida, não sei de onde saiu isso. Ele já me deu voz de prisão e tentei me debater porque estavam me enforcando, depois veio outro soldado e me deu o tiro com arma não letal na barriga”, explica.
Victor foi levado para a 14ª Delegacia de Polícia (Gama) para registar a ocorrência, onde ficou preso. “Um dos agentes viu que eu estava sangrando muito na barriga e me levou correndo para o Hospital Regional do Gama”, conta.
No centro médico, passou por uma cirurgia para a retirada do projétil e foi para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde fez exames de corpo de delito. No dia seguinte, foi à Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) registrar queixa e acabou precisando voltar ao Hospital do Gama para receber mais pontos.
Na mesma ocasião, outro cliente da casa noturna foi levado para a 14ª Delegacia de Polícia (Gama), por suspeita de lesão corporal.
A Promotoria de Justiça Militar do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) determinou que a Corregedoria da Polícia Militar (PMDF) abra procedimento de investigação sobre o caso. A PMDF tem 10 dias para informar sobre a abertura do procedimento. Se forem constatados excessos na atuação policial, os responsáveis devem ser punidos de acordo com a legislação.
fonte: g5news