Durante a sessão na Câmara de Aparecida de Goiânia, na quarta-feira (2), a vereadora Camila Rosa(PSD) teve o microfone cortado a pedido do presidente da Casa, André Fortaleza (MDB), durante uma discussão entre os parlamentares a respeito de cotas de gênero.
Quando a vereadora conseguiu retomar o direito de fala, se emocionou ao defender a representatividade feminina na política. “É isso que fazem com as mulheres na política. […] Por isso é necessário que, nos espaços de poder, estejam mulheres, negros, índios, pessoas da comunidade LGBT, pessoas que representam essas classes. Que sofrem a dor do preconceito, que sofrem a dor do racismo. […] Não venha o senhor querer me desmoralizar aqui. Eu não vou aceitar isso”, afirmou. Em seguida, ela se retirou para ir à Polícia Civil registrar o caso.
Em nota o presidente da Câmara disse que não procurou “atingir pessoalmente a vereadora”. Ele também afirmou que sempre defendeu as mulheres “apoiando todos os projetos voltados ao tema”.
Acontecimento
A gravação da sessão mostra a discussão entre os parlamentares, que começa com Fortaleza defendendo seu ponto de vista sobre cotas para mulheres na Casa, em que ele diz não ser contra a classe feminina, mas acredita que cotas sejam oportunismo e cita uma publicação feita na internet em que descreve os integrantes da Câmara como “um bando de machistas”.
A vereadora Camila teve a palavra em seguida e contra-argumento: “Se o senhor entendeu, a carapuça pode ter servido. O senhor sempre fala de caráter, de transparência. Parece que o senhor tem algum problema com isso”. contestou Rosa.
Os dois discutiram e a vereadora pediu respeito enquanto estava falando, ao que Fortaleza respondeu: “Quem vai me respeitar é a senhora, eu sou presidente, a senhora vai me respeitar. Corta o telefone [microfone] dessa vereadora para mim. Agora. Quer fazer circo, aqui você não vai fazer não”. disse o presidente.