Goiás da Gente

Vanderlan crê que dinheiro na cueca é limpo, mas duvida que Covid 19 seja doença

Deputado Eduardo Bolsonaro visita o senador Chico Rodrigues (DEM/RR), que pode ser o relator na sabatina para a indicação do novo embaixador brasileiro nos EUA. Brasilia 09-08-2019. Foto: Sérgio Lima/PODER 360

Vanderlan Cardoso é aquele senador que defendeu o colega Chico Rodrigues, pego com R$ 30 mil em notas de 100 na cueca e de 200 entre as nádegas. Os detalhes nojentos foram divulgados por policiais autores da busca na casa de Sua Excelência à procura de provas de desvio de dinheiro na área de saúde.

Vanderlan é o candidato a prefeito de Goiânia que duvida do estado de saúde de Maguito Vilela, intubado num hospital por conta da Covid 19.

Num grupo de WhatsApp de senadores, Vanderlan relevou o montante nas partes pudendas do parlamentar. Agora, novamente, a voz de Vanderlan se ergue para comentar sobre saúde. No caso, não o dinheiro desviado dos cofres públicos para as partes privadas de um colega, mas a saúde de um concorrente.

Os termos usados por Vanderlan para proteger o invólucro das cédulas de Chico Rodrigues soaram tão chocantes quanto as palavras para a enfermidade de Maguito.

Em resumo, acha que o dinheiro foi parar nas nádegas de boa-fé e Maguito foi parar na UTI de má-fé.

De onde vem esse nível de maldade? Não é de Iporá, onde nasceu; nem de Roraima, onde ficou rico após a morte de um senador de quem era contador; nem da Assembleia de Deus, onde é pastor. Será que o furor contra a Covid e em favor da cueca é só a sede pela Prefeitura de Goiânia?

À rádio Sagres 730, Vanderlan chamou a Covid de farsa:

“Até quando vão levar essa farsa com relação a saúde dele?”.

De lorota:

“Vem essa lorota toda, essa conversa estranha de que ele está bem, mas ele teve que ser entubado de novo”.

E de estelionato:

“Estamos vivendo em Goiás um estelionato eleitoral”.

Diz que o sofrimento na UTI do Albert Einstein, um dos principais centros de saúde das Américas, é um engodo:

“Estão ludibriando o eleitor”.

O objetivo de contrair Covid seria despertar a dó alheia:

“(Estão) levando para uma comoção, uma pessoa que está lutando pela vida”.

O teatro todo seria uma trama dirigida por Daniel Vilela, filho de Maguito:

“Quem está coordenando toda essa tramoia toda é o seu filho”.

A meta com a doença do pai seria fazer do rebento adversário de Vanderlan na campanha de governador em 2022:

“Todo mundo sabe o que ele (Daniel) quer ser, quer assumir o protagonismo”.

Tudo não passa de uma grande conspiração:

“(Todo mundo sabe) quem está por trás disso, os acordos políticos para retomar Goiânia a todo custo”.

Sagres, em seu site, destaca que Vanderlan chamou Daniel de covarde por, com a distância adequada, acompanhar o pai durante o tratamento. Esse amor de filho para pai seria estarrecedor:

“Estou estarrecido com essa situação”, disse Vanderlan sobre Daniel ser solidário ao pai.

Mais que farsa, repete Vanderlan, a Covid alheia seria inverdade:

“Até que ponto vai essa farsa, até que ponto vai essa mentira?”

A resposta está na rotina de Vanderlan. O grupo político a que pertence em Brasília, e no qual Chico Rodrigues está metido até as cuecas, trata a Covid como gripezinha, coisa de maricas.

O desrespeito vai além da família de Maguito. Atinge as demais pessoas que sobreviveram ao mal e, mais doloroso ainda, as que perderam parentes e amigos. A memória dos que se foram vítimas do novo coronavírus exige reparação por parte do senador — não mea culpa do tipo expelido para se redimir da defesa dos lobos entre as nádegas do amigo Chico Rodrigues.

Os termos usados para menosprezar adversários e proteger aliadas não são novidades para quem segue Vanderlan. Em público, uma ovelha de Deus que devora Bíblia. Em privado, um lobo pronto a pular das partes pudendas do senador na garganta de quem disser que falou bobagem.

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