Vanderlan Cardoso é aquele senador que defendeu o colega Chico Rodrigues, pego com R$ 30 mil em notas de 100 na cueca e de 200 entre as nádegas. Os detalhes nojentos foram divulgados por policiais autores da busca na casa de Sua Excelência à procura de provas de desvio de dinheiro na área de saúde.
Vanderlan é o candidato a prefeito de Goiânia que duvida do estado de saúde de Maguito Vilela, intubado num hospital por conta da Covid 19.
Num grupo de WhatsApp de senadores, Vanderlan relevou o montante nas partes pudendas do parlamentar. Agora, novamente, a voz de Vanderlan se ergue para comentar sobre saúde. No caso, não o dinheiro desviado dos cofres públicos para as partes privadas de um colega, mas a saúde de um concorrente.
Os termos usados por Vanderlan para proteger o invólucro das cédulas de Chico Rodrigues soaram tão chocantes quanto as palavras para a enfermidade de Maguito.
Em resumo, acha que o dinheiro foi parar nas nádegas de boa-fé e Maguito foi parar na UTI de má-fé.
De onde vem esse nível de maldade? Não é de Iporá, onde nasceu; nem de Roraima, onde ficou rico após a morte de um senador de quem era contador; nem da Assembleia de Deus, onde é pastor. Será que o furor contra a Covid e em favor da cueca é só a sede pela Prefeitura de Goiânia?
À rádio Sagres 730, Vanderlan chamou a Covid de farsa:
“Até quando vão levar essa farsa com relação a saúde dele?”.
De lorota:
“Vem essa lorota toda, essa conversa estranha de que ele está bem, mas ele teve que ser entubado de novo”.
E de estelionato:
“Estamos vivendo em Goiás um estelionato eleitoral”.
Diz que o sofrimento na UTI do Albert Einstein, um dos principais centros de saúde das Américas, é um engodo:
“Estão ludibriando o eleitor”.
O objetivo de contrair Covid seria despertar a dó alheia:
“(Estão) levando para uma comoção, uma pessoa que está lutando pela vida”.
O teatro todo seria uma trama dirigida por Daniel Vilela, filho de Maguito:
“Quem está coordenando toda essa tramoia toda é o seu filho”.
A meta com a doença do pai seria fazer do rebento adversário de Vanderlan na campanha de governador em 2022:
“Todo mundo sabe o que ele (Daniel) quer ser, quer assumir o protagonismo”.
Tudo não passa de uma grande conspiração:
“(Todo mundo sabe) quem está por trás disso, os acordos políticos para retomar Goiânia a todo custo”.
Sagres, em seu site, destaca que Vanderlan chamou Daniel de covarde por, com a distância adequada, acompanhar o pai durante o tratamento. Esse amor de filho para pai seria estarrecedor:
“Estou estarrecido com essa situação”, disse Vanderlan sobre Daniel ser solidário ao pai.
Mais que farsa, repete Vanderlan, a Covid alheia seria inverdade:
“Até que ponto vai essa farsa, até que ponto vai essa mentira?”
A resposta está na rotina de Vanderlan. O grupo político a que pertence em Brasília, e no qual Chico Rodrigues está metido até as cuecas, trata a Covid como gripezinha, coisa de maricas.
O desrespeito vai além da família de Maguito. Atinge as demais pessoas que sobreviveram ao mal e, mais doloroso ainda, as que perderam parentes e amigos. A memória dos que se foram vítimas do novo coronavírus exige reparação por parte do senador — não mea culpa do tipo expelido para se redimir da defesa dos lobos entre as nádegas do amigo Chico Rodrigues.
Os termos usados para menosprezar adversários e proteger aliadas não são novidades para quem segue Vanderlan. Em público, uma ovelha de Deus que devora Bíblia. Em privado, um lobo pronto a pular das partes pudendas do senador na garganta de quem disser que falou bobagem.