Televisão e conservadorismo: o vexame eleitoral de Deco Martins e Tulio Isaac

Televisão e conservadorismo: o vexame eleitoral de Deco Martins e Tulio Isaac

Por Leonardo Lucas Belloni

Figuras midiáticas geralmente asseguram suas eleições pelo simbolismo ou até mesmo pelo número de seguidores nas redes sociais. Existem vários exemplos dessa perspectiva. Embora isso seja um evento comum, como trata-se de eleições podem acontecer surpresas. É o caso das eleições municipais de Aparecida de Goiânia, onde os candidatos a vereador, Deco Martins (Avante) e Tulio Isaac (PP) perderam a disputa nas urnas.

O populismo marcado por eles, as pautas conservadoras, o discurso bolsonarista, não foram aceitos pelos eleitores. O ex-deputado estadual, Tulio Isaac, reconhecido pelo seu famoso bordão “Ganhou” no programa de auditório Cidade Esperança, teve uma votação pífia em relação ao seu simbolismo, com apenas 417 votos válidos. Em tempos áureos era o principal nome da base aliada do tucano Marconi Perillo, agora o ex-apresentador, dedica-se em dar opiniões sobre assuntos diversos e até dicas conjugais em seu Facebook, como na live “Cuidado, você pode estar jogando seu marido ou sua esposa nos braços de outra pessoa!”.

Fora da TV, o “fiozinho de ouro” não convence

Sem espaço na televisão aberta, o repórter policial Deco Martins, o “fiozinho de ouro”, como gosta de dizer, recebeu apenas 290 votos válidos. A quantidade inexpressiva de votos, comparada ao seu número de seguidores, surpreendeu Deco Martins. Com a marca negacionista da base bolsonarista, após perder as eleições, o ex-candidato acusou, em vídeo postado em suas redes sociais, uma suposta fraude nas eleições municipais de Aparecida de Goiânia.

A ilusão de uma representatividade sólida nas redes sociais para garantir uma eleição demonstra ilusória porque no momento do voto, o povo decide independente da fama, do reconhecimento, do passado ou vídeos insistentemente postados em suas redes sociais. Essa derrota pode representar um esclarecimento por partes dos cidadãos aparecidenses, que desconsidera a fama e foca no candidato. E parecem não cair mais no populismo.

 

Iasmim Marques