sexta-feira , 22 novembro 2024

Renato Cariani é indiciado por associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico equiparado

Segundo a Polícia Federal, o tráfico é equiparado porque Cariani, supostamente, não se envolveu diretamente com drogas ilícitas, mas com produto químico destinado à preparação de entorpecentes. Influenciador fitness foi ouvido pela PF nesta segunda (18). Caso começou a ser investigado em 2019, após AstraZeneca denunciar fraudes em notas fiscais.

A Polícia Federal indiciou o influenciador fitness Renato Cariani por tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele segue em liberdade após a Justiça negar, nesta segunda-feira (18), pedido de prisão feito pelo Ministério Público.

Segundo a polícia, o tráfico é equiparado porque Cariani, supostamente, não se envolveu diretamente com drogas ilícitas, mas com produto químico destinado à preparação de entorpecentes.

Em nota, a defesa de Cariani disse que o influenciador “respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas” e que “seu indiciamento foi realizado antes do início de seu depoimento”. (leia íntegra abaixo)

Cariani prestou depoimento na sede da instituição, na cidade de São Paulo, na tarde desta segunda. Ele chegou à sede da PF, na Zona Oeste da capital, por volta das 13h30, acompanhado do advogado. O depoimento terminou por volta das 18h. Ele é suspeito de participar de um esquema de desvio de produtos químicos para o narcotráfico produzir toneladas de drogas, especialmente crack.

Antes de prestar depoimento, Cariani não quis comentar as investigações, falou que “ainda não é um inquérito criminal” e que falaria sobre o caso apenas na saída.

Também eram aguardadas para prestar depoimento duas pessoas que teriam um papel importante no esquema, a sócia do influenciador, Roseli Dorth, e o amigo dele, Fábio Spinola.

Roseli Dorth, de 71 anos, é apontada como sócia-administrativa da indústria química Anidrol, de Cariani, localizada em Diadema, na Grande São Paulo. Sua defesa pediu o adiamento do depoimento com a justificativa de que não teve acesso ao processo.

Cariani e os demais investigados seguem em liberdade. Na última semana, no dia seguinte à operação, o Ministério Público pediu que a Justiça reconsiderasse a decisão que indeferiu os pedidos de prisão. Nesta segunda (18), voltou a negar os pedidos.

Segundo a investigação, Roseli é mãe de dois ex-sócios da Quimietest, que foi uma empresa da esposa de Cariani.

Roseli estava supostamente envolvida em diversas transações suspeitas que são investigadas pela Polícia Civil de São Paulo. A investigação aponta que ela e Cariani faziam a venda dos produtos químicos que seriam destinados para a produção de crack.

Fábio Spinola também estaria envolvido nesse núcleo. Ele é apontado como amigo de Cariani.

O que diz Cariani
Em nota, a defesa de Renato Cariani disse:

“Na data de hoje, Renato foi ouvido por mais de 3 horas pelo Delegado de Polícia Federal Dr. Vitor Vivaldi, mesmo sem ter tido acesso ao conteúdo de diversos documentos e procedimentos cautelares que instruíram a investigação. Ainda assim, respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas, demonstrando sua mais absoluta boa-fé no esclarecimento dos fatos. Seu indiciamento foi realizado antes do início de seu depoimento, sem que a Autoridade Policial pudesse, com antecedência, ouvir seus esclarecimentos sobre os fatos que lhe foram imputados”.

Entenda investigação
As investigações contra a empresa começaram em 2019, quando a farmacêutica AstraZeneca procurou o Ministério Público para informar que a Anidrol, empresa do influencer, emitiu notas fiscais no ano de 2017 referente a movimentações de produtos químicos que não reconhecia como suas.

Fábio seria um dos responsáveis por realizar depósitos em espécie na conta da Anidrol sobre responsabilidade da AstraZeneca em 2019. Segundo as investigações, Spínola criou um falso e-mail em nome de um suposto funcionário da AstraZeneca, com quem a empresa de Cariani teria negociado a compra dos produtos.

Além de ser também responsável pela venda dos produtos químicos, Fábio é apontado como intermediador no fornecimento das substâncias, sendo o elo entre a empresa e os compradores de crack e cocaína.

Era ele quem direcionava e negociava a entrega.

 

fonte: g1

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