Em um voto duro, dividido em três partes, o magistrado disse que o fato trasborda a leviandade e as prerrogativas do cargo de chefe do Executivo “para promover o acirramento das tensões institucionais”
O corregedor-geral Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, votou, na noite desta terça-feira (27/6), para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por 8 anos por abuso de poder político por atacar o sistema eleitoral em reunião com embaixadores em julho de 2022. Segundo o relator, o ex-chefe do Planalto extrapolou suas funções para obter vantagens eleitorais.
Em um voto duro, dividido em três partes, o magistrado disse que o fato trasborda a leviandade e as prerrogativas do cargo de chefe do Executivo “para promover o acirramento das tensões institucionais”. Segundo ele, Bolsonaro tentou deturbar a trajetória de três ministros do TSE “apenas para criar inimigos imaginários”
Na avaliação do ministro, Jair Bolsonaro foi “integralmente responsável” pela reunião com os embaixadores em uma atuação para obter vantagens na disputa eleitoral.
“Teve finalidade eleitoral, mirando influenciar o eleitorado e a opinião pública nacional e internacional com uso da estrutura pública e das prerrogativas do cargo de presidente da República foi contaminado por desvio de finalidade em favor da candidatura da chapa investigada”, disse o ministro.
Depois de Benedito Gonçalves, votam: Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e, por último, o presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes.