quinta-feira , 10 abril 2025

Promotora defende intervenção em Goiânia: ‘Em 20 dias dá para salvar muitas vidas’

A promotora Fabiana Zamalloa, que representa o Ministério Público de Goiás (MPGO), durante a sessão, na tarde desta segunda-feira (9), no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que julga o pedido de intervenção estadual na Saúde da Prefeitura de Goiânia, defendeu o mecanismo e destacou urgência na medida.

Questionada pelo presidente do TJGO, Carlos Alberto França, sobre o motivo do pedido ser apresentado às vésperas do fim do fim do mandato do prefeito Rogério Cruz (SD), Zamalloa foi enfático ao descrever um cenário de calamidade e reforçou ser a última medida enfrentada para tentar resolver o problema: “Em 20 dias dá para salvar muitas vidas.”

A promotora justificou que o pedido foi feito somente após o esgotamento de todas as alternativas administrativas e judiciais. Segundo ela, a situação da Saúde em Goiânia chegou a um ponto em que os mecanismos tradicionais se mostraram insuficientes para restabelecer a normalidade.

“Estamos diante de uma situação excepcionalíssima, com pessoas morrendo em filas de atendimento. O sistema está em falência, comprometendo a saúde e a vida da população. Não há mais mecanismos que o MP possa manejar para reverter essa situação. A intervenção é a última medida disponível para garantir a vida de milhares de pessoas”, afirmou.

Tentativas frustradas e crise na gestão
Zamalloa ressaltou que o MP-GO tentou de todas as formas preservar a autonomia do município, mas os esforços não resultaram em mudanças efetivas. “Há 10 dias, tomamos uma das providências mais drásticas disponíveis: o afastamento do secretário de Saúde e sua equipe em uma operação criminal. Isso foi insuficiente. A secretária nomeada para substituir renunciou dias depois, e o novo secretário, ao assumir, demonstrou total desconhecimento e falta de disposição para resolver a questão”, explicou referindo-se a prisão de Wilson Pollara, a passagem relâmpago de Cynthia Mathias frente à pasta e a declaração de Pedro Guilherme, novo titular, que destacou não ter condições de fazer pagamentos a fornecedores, em uma entrevista.

Ela reiterou que, mesmo com a proximidade do fim do mandato de Rogério Cruz, a intervenção é urgente e necessária. “Vinte dias é muito tempo para quem está entre a vida e a morte. Em 20 dias, podemos evitar mortes e salvar vidas. É por isso que essa medida precisa ser tomada agora”, enfatizou.

O Ministério Público solicita uma intervenção parcial na Saúde de Goiânia, com foco nos atos da Secretaria Municipal de Saúde, do Fundo Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal de Finanças, além da gestão do próprio prefeito nessa área. A intenção é garantir o funcionamento dos serviços básicos e assegurar o atendimento à população.

“Não se trata de retirar a autonomia do município em sua totalidade, mas de intervir estritamente nos pontos críticos da gestão da saúde para evitar o agravamento dessa tragédia,” explicou a promotora.

Decisão sobre Goiânia aguardada com expectativa
O julgamento no TJGO ocorre em meio a uma grave crise na saúde pública da capital, marcada por falta de medicamentos, insumos, e denúncias de falhas administrativas. O pedido de intervenção é visto como uma medida extrema, mas necessária, diante da ineficácia das ações anteriores.

Caso aprovado, caberá ao governador Ronaldo Caiado (UB) nomear um interventor para assumir a gestão da Saúde de Goiânia, com o objetivo de normalizar os serviços e garantir o direito à saúde e à vida.

por Mais Goiás

Check Also

Com shows para mais de 20 mil pessoas, Sandro Mabel celebra 100 dias de gestão com festa na Região Noroeste

Por Redação Goiás da Gente10 de abril de 2025 Os primeiros 100 dias da gestão …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *