sexta-feira , 22 novembro 2024

Polícia aponta homicídios tentado e consumado e entrega mãe e filho que esfaquearam alunos em porta de escola à Justiça

Filho mais novo de Maria Renata, estudante de 15 anos, segue apreendido e a Justiça analisa conduta do menor

Maria Renata, 43, e seu filho, Kaio Rodrigues, 20, foram indiciados por homicídio e duas tentativas de homicídio após esfaquearem três adolescentes na porta de uma escola local. Na ocasião, um jovem de 14 anos morreu e outros dois, de 12 e 15 anos, foram hospitalizados em estado gravíssimo.

O inquérito foi finalizado e remetido ao Poder Judiciário na quinta-feira (29). Segundo o delegado Wllisses Valentim, os crimes foram qualificados, pois utilizaram uma faca e impossibilitaram a defesa das vítimas. Maria Renata também foi indiciada por corrupção de menores.

O outro filho de Maria Renata, de 15 anos, também estava envolvido na briga. Para o delegado, o jovem “atuou em conluio com os indiciados”. Ele está internado à disposição da Vara de Infância e Juventude, e sua conduta é avaliada em procedimento policial que tramita na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais, em Anápolis.

Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que a família suspeita se aproxima de um grupo de adolescentes e se inicia uma briga generalizada. Maria Renata e Kaio proferiram golpes usando um martelo e uma faca, respectivamente.

Em nota, o delegado informou que “as imagens, que contêm cenas fortes, viabilizaram a perfeita individualização das condutas dos envolvidos”. Os dois foram presos em flagrante no dia do crime, terça-feira (20), e na quinta (22), a prisão foi convertida em preventiva.

Durante a investigação, foram ouvidas dezenas de pessoas que testemunharam o ocorrido, familiares das vítimas, responsáveis pela instituição de ensino, cenário da briga e os dois adolescentes que sobreviveram. Um deles, de 15 anos, perdeu parte do intestino, o baço e um rim por conta da facada.

O advogado de defesa de mãe e filho, Hernei José Vieira Alves, declarou que os investigados “não saíram de casa com o propósito único e exclusivamente de ferir aqueles jovens”. Segundo ele, os filhos sofrem represálias desde novembro. A defesa também diz que a briga teria o filho menor de Maria Renata como alvo principal. O pai do adolescente teria o levado à escola e Maria e Kaio foram buscar.

“Os ânimos se exaltaram obviamente por uma questão de discussão, de medo, e chegou infelizmente ao ponto em que chegou”, disse o advogado.

Entenda o caso
Na terça-feira (20), três adolescentes foram esfaqueados na porta do Colégio Estadual Leiny Lopes de Souza, em Anápolis. Um deles, de 14 anos, morreu ainda no local. Outro, de 13, foi internado e passou por cirurgia, mas recebeu alta no dia seguinte.

A terceira vítima, de 15 anos, que perdeu órgãos, recebeu alta na manhã desta quinta-feira (29).

De acordo com o delegado Wllisses Valentim, a confusão começou durante uma transmissão ao vivo na noite anterior, quando os adolescentes jogavam Free Fire. Adolescentes discutiram durante a live, e marcaram uma briga na porta da escola.

A mãe de um dos envolvidos, um adolescente de 15 anos, ligou para a Polícia Militar dizendo que o filho estava sendo ameaçado na escola. Depois disso, ela e o filho mais velho, de 20 anos, foram até o local com um martelo e uma faca, respectivamente.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que um grupo de alunos está reunido em uma calçada e uma das ruas perto da escola, e os suspeitos se aproximam. Os filhos da mulher discutem com outros garotos e começa uma briga generalizada.

Nas imagens, a mulher é vista ameaçando os jovens com o martelo e chega a atingir alguns deles. Segundo a Polícia Civil, o filho dela de 20 anos atingiu três alunos com uma faca. A mulher e o filho foram presos ainda na terça-feira (20). O outro filho dela, de 15 anos, foi apreendido.

Em audiência de custódia realizada na quinta-feira (22), o juiz Renato César Dorta Pinheiro decidiu manter Kaio e Maria presos. Ele destacou a conduta da mãe como irresponsável por disponibilizar as armas brancas e instigar a situação.

“Em vez de seguir para sua residência, ela parou o veículo para permitir que seus filhos se envolvessem em uma briga. Além disso, ela se inseriu na desavença portando um martelo, agindo com total irresponsabilidade”, disse.

Renato César mencionou as imagens de segurança, os relatos colhidos, os feridos e a morte como indícios do crime, que justificam a prisão preventiva. Ele ainda pontua que, como a situação ocorreu “no meio da rua, em via pública, sob os olhares de terceiros e na presença de menores”, que não houve receio dos suspeitos em cometer os delitos.

 

fonte: g5news

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