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Com a queda da criminalidade e o intensivo trabalho das polícias Civil e Militar, quadrilha migrou para São Paulo com o objetivo de roubar veículos.
A Operação Desmantelo, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Polícia Civil de Goiás, prendeu, nesta terça-feira (23), 20 acusados de integrar um esquema criminoso de compra e venda de veículos e peças roubadas. A operação confirmou a declaração repetida diversas vezes pelo governador Ronaldo Caiado (União) de que em Goiás “bandido muda de profissão ou de estado”.
Com a queda da criminalidade e o intensivo trabalho das polícias Civil e Militar, quadrilha migrou de Goiás para São Paulo com objetivo de roubar veículos. Para não chamar atenção, os criminosos desmontavam os carros para entrar em Goiás.
“A queda drástica na criminalidade na região metropolitana de Goiânia tem feito com que alguns comerciantes da região da Vila Canaã busquem, em São Paulo, veículos e peças roubadas para serem comercializadas aqui”, avaliou a delegada Rafaela Azzi, da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERVRVA).
A frase da delegada é confirmada por dados da Segurança Pública. Em Goiânia, por exemplo, há dias não se tem registro de roubo e furto de veículos.
Com isso, bandidos disfarçados de empresários ficam sem os produtos do crime e precisam buscar em outro estado. Mesmo assim, as forças de inteligência da Polícia Federal e Civil conseguiram descobrir, apurar e prender os suspeitos em apenas um ano de investigação.
Como funcionava o esquema
A Operação Desmantelo cumpriu 106 medidas judiciais, entre buscas e prisões. Ao todo, 20 pessoas foram presas nos estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
A investigação, que durou cerca de um ano, apura o comércio de peças de veículos roubados no estado de São Paulo, as quais eram cortadas, tendo seus sinais identificadores adulterados ou suprimidos, a fim de serem despachados em caminhões para Goiás.
Tais peças eram comercializadas em Goiânia, mais notadamente na região da Vila Canaã. No período em que o esquema foi monitorado, cinco caminhões foram apreendidos, cada um contendo peças de ao menos 50 veículos desmontados.
Para se ter uma ideia da ação criminosa, uma carga com 10 carros produto de crime saía de SP por R$ 70 mil (o valor total real dos veículos era aproximadamente R$ 800 mil).
Em Goiânia, a carga era vendida por R$ 80 mil para os comerciantes.
Para tanto, os motoristas envolvidos alteravam a rota para fugir da fiscalização nas principais rodovias, entregavam a mercadoria em horários com pouca movimentação de pessoas ou contratavam mais ajudantes para descarregar a carga mais rapidamente.
Todas as viagens eram acobertadas por documentação fiscal, para dar aparência de que a carga era sucata e não de carros produto de crime. Entre os alvos da operação estão lojistas, motoristas e gerentes, além de 28 lojas e 43 residências.
Oito carros roubados que estavam passando por desmanche foram recuperados. Além disso, 17 carros pertencentes aos investigados foram apreendidos.
fonte: g5news
