quinta-feira , 14 novembro 2024

Maternidade atípica: mãe exibe rotina de filhos com paralisia cerebral

Aos 32 anos, Natalya Lima compartilha os detalhes de sua maternidade atípica nas redes sociais. O perfil “Três Vidas Especiais” mostra o dia a dia de seus três filhos: Gabriela (11 anos), Vitor (8 anos) e Léo (1 ano e 10 meses). Os dois irmãos mais velhos têm o diagnóstico de microcefalia e paralisia cerebral, e o mais novo está sob investigação.
“A minha maternidade, quero levar sempre dessa forma. Se eu parar para ficar questionando o porquê, a gente não vive. Não consegue resposta, fica triste e a tristeza passa para eles. Eu tento ser leve e alegre, porque com certeza eles sentem também. Eles são muito felizes”, conta.

A família mora em Araras, no interior de São Paulo, e busca manter a rotina com brincadeiras e alegria. Natalya conta que uma das razões para conseguir manter a calma é sua rede de apoio. “Minha mãe, meu pai, meu marido e minhas irmãs são essenciais. Quando um fica doentinho, tenho minha família para cuidar dos outros.”

Ela ressalta que a maior dificuldade é quando um deles fica doente. Gabi e Vitor já estiveram em estado grave, entre a vida e a morte, e passaram por longos períodos de internação. É nesses momentos em que o maior medo de toda a mãe vem à tona: o de ver um filho partir.

“Eu vivo cada dia como se fosse o único. Amando e beijando. Eu amo muito eles, amo de todo o coração mesmo. É um presente de Deus na minha vida”, diz. “Amo ser mãe, amo ser mãe da Gabi, do Vitinho, do Léo, do jeitinho que eles são.”

Ela diz que pouco importa a opinião de terceiros quando dizem que as crianças são “coitadinhas”. “Eles são minha vida. Sou grata por ser mãe deles”, ressalta, destacando o temperamento tranquilo de todos.

Gestações

A gravidez de Gabi foi normal, segundo Natalya, e muito aguardada. “Sempre foi meu sonho ser mãe, e ela foi muito esperada por todo mundo que me cercava”, afirma. Quando chegou a 36 semanas de gestação, entretanto, houve uma pequena alteração na placenta, que levou a um parto prematuro.

“Dois dias depois, fomos para casa. Ela era muito irritada, passava dias chorando. Com isso, eu ia muito no hospital com ela, porque eu achava que ela sentia alguma dor”. Ela relembra que os médicos acreditavam que poderia ser alguma dor no ouvido ou cólica e até mesmo “manha”, mas o choro continuava.

Quando Gabi completou cinco meses, a pediatra chegou à conclusão de que tratava-se de algo cerebral. Foram diversos exames e médicos até fechar seu diagnóstico em microcefalia e paralisia cerebral, que se deram em decorrência de um fator genético.

A experiência com o diagnóstico de Gabriela a deixou atenta aos sinais de Vitor. Percebeu, por exemplo, que o modo de falar era parecido com o da filha. Quando Vitor completou 2 meses, o pediatra realizou exames que confirmaram o quadro do menino.

A gestação de Léo, por outro lado, não apresentava alto risco, uma vez que o pai da criança não era o mesmo, e a combinação genética não deveria acarretar em uma deficiência. “A gravidez estava muito tranquila, mas, bem no finalzinho, os médicos viram no ultrassom que a cabecinha dele era um pouco maior do que o previsto.”

Natalya relembra que a sensação inicial foi de desespero e medo pela chegada de mais uma criança com uma deficiência. O final da história, entretanto, foi diferente do esperado. Léo nasceu sem alterações no formato da cabeça.

“Mas, desde pequeno, tenho levado o Léo com muito medo no pediatra. Tudo que eu vejo fora do normal, eu pergunto”, diz. “Eu, mãe, tenho no meu peito o sentimento de que o Léo tem algo no desenvolvimento cognitivo, ou que seja até um autismo. Mas a médica acha que é uma neurose.”

Fonte: metrópoles

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