Autoridades afirmam que bandidos treinam agressões em vídeo games e depois saem para rua para cometer os crimes
Uma gangue formada por bandidos que se dizem torcedores de futebol, mas que na verdade são criminosos, ataca pessoas aleatórias nas ruas de Goiânia. As vítimas são escolhidas ao acaso e espancadas com brutalidade, muitas vezes com objetos como capacetes, pedras e barras de ferro.
Um dos casos mais chocantes foi o do frentista Luiz Gustavo da Silva, que em março do ano passado tentou socorrer um homem que estava sendo agredido por um grupo de falsos torcedores. Luiz foi surpreendido por um golpe na nuca e depois recebeu mais seis pancadas na cabeça com um capacete. Ele ficou em coma por dez dias e teve sequelas neurológicas.
“Eu não me lembro, mas pelos relatos que as pessoas passaram eu fui pedir pra eles seguir a vida deles e eles vieram pra cima, simplesmente isso: eu fui agredido sem um motivo real, não estava ali querendo briga, estava ali trabalhando”, conta Luiz, que ainda faz tratamento psicológico e psiquiátrico para se recuperar do trauma.
A reportagem do Fantástico desse domingo (28) mostrou que a gangue de falsos torcedores usa o mundo virtual para treinar as agressões que cometem na vida real. Eles jogam videogames violentos e assistem a vídeos de brigas de rua na internet. Eles também se comunicam por redes sociais e aplicativos de mensagens, onde combinam os locais e horários dos ataques.
Para combater essa violência, a Polícia Civil de Goiás criou um grupo especial de proteção ao torcedor, que conta com o apoio do Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos e do Ministério Público.
Em um ano de atuação, o grupo já prendeu 62 suspeitos de integrar a gangue de falsos torcedores. Dez deles estão presos preventivamente e os demais estão sob medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno. Na última quinta-feira (25), eles foram denunciados à Justiça por crimes como roubo, lesão corporal e associação criminosa.
fonte: g5news