Tormin é produtor rural, foi vereador de Luziânia por dois mandatos e prefeito da cidade, além de deputado estadual
O ex-prefeito de Luziânia e ex-deputado estadual por dois mandatos, Cristóvão Tormin (Patriota), assumirá novamente uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) após a cassação de Fred Rodrigues (DC), por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com a diplomação à vista, a ficha pregressa do político vem à tona com uma série de processos envolvendo suas administrações e até acusações de assédio sexual.
Em abril deste ano, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Últimos Atos para apurar o suposto desvio de recursos repassados pela União ao município de Luziânia, durante a pandemia de covid-19. Os agentes realizaram buscas contra o ex-prefeito Cristóvão Tormin. A investigação aponta que houve superfaturamento de 64% em um contrato firmado para compra dos testes no valor de R$ 1,9 milhão.
A PF também alega que a prefeitura pagou R$ 450 mil por sete vídeos plagiados a partir de propagandas feitas por outros estados com conteúdo informativo sobre a pandemia. Os dois contratos resultaram no desvio de cerca de R$ 1,6 milhão, segundo a PF. Há suspeitas de que parte desse montante teria sido usado em favor de agentes públicos, à época, ligados à gestão do então prefeito.
Em março de 2022, o Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia contra Cristóvão e dois ex-secretários por crimes de responsabilidade de prefeitos e falsidade ideológica. Entre dezembro de 2018 e março de 2019, os denunciados utilizaram os cargos de servidores públicos para inserir declaração falsa em documentos que tratavam de convênios com outros municípios.
Em janeiro de 2021, o MPGO pediu o bloqueio de mais de R$ 500 mil de Tormin. Dois dias antes de deixar o cargo de prefeito de Luziânia, ele concedeu a si mesmo e a secretários do governo municipal um aumento de salário retroativo. Os reajustes custaram R$ 3,4 milhões, sendo somente para o prefeito, R$ 581 mil.
Durante o último ano em que esteve à frente da Prefeitura de Luziânia, em 2020, Tormin chegou a ser afastado pela Justiça por 120 dias após denúncias de assédio sexual e contratação de funcionário fantasma. Testemunhas afirmam que a nomeação do então funcionário fantasma se deu em troca de apoio político a um então candidato a deputado estadual que era ex-secretário municipal e primo de Cristóvão.
No mesmo ano, o MP-GO propôs ação civil pública por improbidade administrativa, com pedido cautelar de bloqueio de bens, contra o prefeito, que estava afastado pela Justiça, e duas ex-secretárias de Educação. De acordo com o MP, juntos, eles foram responsáveis por mais de 130 contratações de servidores temporários sem prévio processo simplificado ou lei municipal que estabelecesse os casos e suas especificações.
Na ação, foi pedido o bloqueio de bens de Cristóvão Tormin, no valor total de R$ 2.525.104,00, sendo R$ 445.104,00 por dano ao erário e multa civil de cem vezes o valor de sua remuneração, o que corresponde a R$ 2.080.000,00. Em relação a Indiana Machado, o bloqueio total requerido é de R$1.636.504,00, sendo R$ 445.104,00 por dano ao erário e multa civil de cem vezes o valor de sua remuneração, num total de R$ 1.191.400,00.
Cleudinéia Pince, foi indicado o bloqueio de R$1.498.404,00, relativo a R$ 445.104,00 por danos aos cofres públicos e multa civil de cem vezes o valor de sua remuneração, estimado em R$ 1.053.300,00.
Fonte:G5 News