quinta-feira , 14 novembro 2024

Ex-prefeito manda matar presidente da Câmara e acaba condenado a 15 anos de prisão

O homicídio ocorreu em 2006 e, de acordo com a investigação, foi motivado por disputa política. Rui César Mendonça, ex-prefeito de Turvelândia, apesar da pena, vai responder em liberdade.

Rui César Mendonça, ex-prefeito de Turvelândia, foi condenado a 15 anos de prisão por ser mentor do homicídio duplamente qualificado, de Odaelson Araújo da Silva, então presidente da Câmara Municipal. A sessão do Tribunal do Júri foi realizada nesta terça-feira (20), em Maurilândia (da qual Turvelândia é distrito judiciário). Apesar da pena, ele vai responder em liberdade.

Conforme a decisão, “não houve alteração fática que justifique a prisão cautelar dele”.

A denúncia foi oferecida em 2006 contra o ex-prefeito e mais oito pessoas. O crime, conforme apontado pelo MP, ocorreu pelo fato de que a vítima estava empenhada em investigar uma série de irregularidades na administração de Rui César, o que gerou uma animosidade entre eles. A vítima foi morta com vários tiros na porta de casa, na frente da filha de apenas seis anos de idade.

Além de Rui, foram denunciados André Luiz de Araújo, Francisco Geraldo Bernardo de Souza, Acácio Pereira Neto, Rodrigo Batista da Silva, Wilton Rodrigues Coelho, Wanderson Lopes da Silva, José Marcos de Jesus e Anésio Bento da Silva Neto. A ação penal movida contra eles foi desmembrada, sendo que Wilton é falecido, Francisco e Acácio estão com juris marcados, José Marcos absolvido, os demais processos estão em tramitação.

Dinâmica do crime
Segundo o Ministério Público, no dia 14 de maio daquele ano, Rodrigo Batista e Anésio Bento mataram a vítima, com diversos tiros de arma de fogo, contando com a participação dos demais, que instigaram os autores e deram apoio intelectual ao crime. Inquérito policial constatou que Rui César contratou Acácio, que lhe apresentou Francisco Geraldo, prometendo aos dois R$ 40 mil pela morte de Odaelson.

Apurou-se ainda que Rui César forneceu dinheiro para a compra de veículo, transporte e hospedagem de pessoas, forneceu um revólver de sua propriedade para ser utilizado pelos executores, bem como contratou o André Luiz de Araújo para prestar apoio logístico na empreitada.

André Luiz forneceu outros dois revólveres calibre 38 e munição para serem utilizados na ação, bem como orientou e facilitou o trânsito dos envolvidos na região dos municípios de Santa Helena de Goiás e Turvelândia. Ele também deu informações sobre a vítima e a melhor forma de ela ser surpreendida.

Narra a denúncia que Acácio, então, agenciou Francisco Geraldo para planejar e preparar a ação criminosa e Wanderson Lopes para atuar na execução do crime e auxiliar na fuga. Ainda segundo a denúncia, Acácio passou a pressionar Francisco Geraldo a prosseguir com a empreitada criminosa.

Francisco, então, pediu auxílio a Wilton Coelho, que agenciou Rodrigo da Silva e Anésio Bento, prometendo-lhes uma recompensa de R$ 3,5 mil pela execução e pediu a José que colaborasse nos atos preparatórios.

Grupo havia tentado assassinar a vítima uma semana antes
O inquérito policial indicou ainda que Wanderson Lopes participou do planejamento da ação e da primeira tentativa de executar a vítima, ocorrida na semana anterior ao dia do fato. Além disso, durante a ação ficou hospedado na casa da mãe de Francisco Geraldo aguardando para dar cobertura à fuga dos executores.

José Marcos de Jesus, sob o comando de Francisco Geraldo, conduziu de Goiânia para Santa Helena de Goiás a motocicleta Honda CG Titan utilizada na primeira tentativa de matar a vítima, transportou o denunciando Wanderson Lopes neste trajeto e também em deslocamentos dele na cidade de Goiânia, bem como permaneceu a postos para dar cobertura para a fuga dos agentes.

Após o crime
Na noite seguinte à data do crime, Wanderson Lopes e José Marcos, sob o comando de Francisco, se deslocaram até um hotel em Santa Helena de Goiás e deram cobertura para a fuga de Rodrigo Batista e Anésio Bento.

Rodrigo Batista da Silva, que presenciou os denunciados Rui Mendonça e André Luiz fornecendo três revólveres e munições para a prática do crime e ajustando detalhes da ação com Francisco Geraldo, sob o comando deste último, ajudou Anésio Bento a subtrair a arma usada na ação, e a trocar um dos revólveres pela pistola calibre 380 empregada para matar a vítima.

Na data do crime, Rodrigo Batista e Anésio Bento se deslocaram para Turvelândia, localizaram o veículo da vítima estacionado em frente a uma residência e ficaram de tocaia em uma esquina próxima, até que perceberam que Odaelson saiu da casa e entrou no carro. Imediatamente, Rodrigo assumiu a direção da motocicleta.

Anésio montou na garupa e passaram a seguir o automóvel. Foi quando a vítima parou na entrada da garagem de sua casa e Rodrigo Batista posicionou a moto ao seu lado e Anésio Bento saltou ao chão, sacou a pistola e atirou quinze vezes na direção da vítima.

 

fonte: g5news

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