A onda de calor no sul do país pode levar economistas a rever as projeções de inflação para este ano. Considerada a pior seca em 17 anos, em alguns estados, o fenômeno está prejudicando as colheitas de milho e soja, usados entre outras finalidades na alimentação de aves e suínos. Os problemas na safra de grãos podem impactar o frango, o ovo e o porco, e pressionar os índices de preços dos alimentos. Os alimentos acumulam alta de 7,94% em 12 meses até dezembro, segundo o IBGE, sendo considerado o grupo de maior impacto para o IPCA do mês passado. As chuvas intensas em outros pontos do país já entraram no radar dos economistas também.
De acordo com o economista André Braz, o coordenador de índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), os fenômenos climáticos extremos, como a seca no Sul e o excesso de chuvas no Sudeste, e seus impactos sobre os preços da comida podem ser mais um fator de risco para inflação deste ano. Para 2022, o mercado projeta uma inflação de 5%, considerando uma alta dos alimentos de somente 4%, o que pode não se confirmar por conta dos efeitos do clima.
No ano passado, em 12 meses, o grupo de aves e ovos registrou alta de 23,55%. Já o frango em pedaços 19,89%, e o frango em pedaços subiu 29,85%. Já a carne de porco registrou redução de 4,65% no preço.
Por Mais Goias