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Esquema no Ciretran de Aparecida envolvia despachantes, donos de oficinas e de garagens

Segundo o presidente do Detran Goiás, Waldir Soares, a estimativa é de rombo de R$ 300 mil apenas no Detran.

As investigações realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) apontam que o esquema criminoso especializado em fraudar dados no sistema da Ciretran de Aparecida de Goiânia, que envolvia pelo menos 10 servidores, era praticado há pelo menos 10 anos com as participações de despachantes, donos de oficinas e de revenda de veículos, para modificar dados e tributos no sistema.

“Nós constatamos mais de 180 tipos de condutas ilícitas. Esses servidores, que foram afastados, tinham acesso às senhas e, com elas, faziam alteração da propriedade do veículo na forma como eles entendiam e na hora em que queriam. Eles estavam zombando do Detran e do cidadão goiano”, pontua o presidente do Detran Waldir Soares.

Segundo ele, a investigação começou assim que o governador Ronaldo Caiado (UB) determinou que o presidente apurasse o que acontecia no órgão.

“Alguns servidores saíam de dentro da Ciretran, do prédio localizado na Cidade Administrativa, em Aparecida, e ofereciam esse tipo de conduta criminosa”, conta.

Em um dos casos apurados pelo Detran na investigação, a proprietária de um veículo contou que levou o carro até uma oficina e o veículo desapareceu.

Ao questionar o proprietário do local, ela tomou conhecimento de que ele havia sido vendido.

“Eu orientei que ela procurasse a delegacia e registrasse a ocorrência. O Detran já localizou esse carro, vai fazer a restrição e devolvê-lo para a vítima”, conta Waldir.

As investigações dão conta de que pelo menos 500 veículos chegaram a ser transferidos para pessoas diferentes daquelas que seriam as proprietárias.

“Esse esquema é muito grande, tem várias outras pessoas envolvidas. Os despachantes ganhavam, em cada transferência ilícita, R$ 3 mil”, explica.

Prédio fechado

Por conta das investigações, o prédio da Ciretran de Aparecida de Goiânia vai ser lacrado. O objetivo, segundo o presidente do Detran, é analisar as três mil caixas de documentos existentes desde a fundação do órgão.

“Nós temos um esquema criminoso de 10 anos para ser investigado”, justifica Waldir.

Para não prejudicar os serviços, as unidades do Vapt-Vupt atenderão aqueles que precisarem de atendimento.

O presidente do Detran disse ainda que articula com a Prefeitura de Aparecida outras formas de ampliar o trabalho do departamento.

Servidores

Os 10 servidores envolvidos no esquema estão afastados das funções. Eles vão ser punidos com demissão e tornados inaptos ao serviço público por oito anos.

“A Polícia Civil também está no caso e vai investigar o envolvimento de cada um desses que foram identificados no esquema, para que eles também respondam criminalmente”, afirma Waldir.

Fonte: g5news

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