Os destroços do submarino Titan foram encontrados a cerca de 500 metros da proa do Titanic, em uma área “com o fundo do mar limpo”.
Durante entrevista à imprensa da Guarda Costeira nesta quinta-feira (22), um especialista esclareceu que o local no qual foram encontrados os destroços do submarino Titan não condiz com uma possível colisão entre o submarino e o Titanic.
Os destroços e o tamanho do campo no qual eles foram localizados são consistentes com uma implosão do submersível, causada pela perda de pressão na cabine durante o deslocamento na coluna de água, segundo o especialista.
Os destroços do submersível, que estava desparecido desde segunda-feira (19), foram encontrados a cerca de 500 metros da proa do Titanic, em uma área sem resquícios do naufrágio, “com o fundo do mar limpo”.
“O tamanho do campo de destroços é consistente com essa implosão na coluna d’água”, esclareceu.
As equipes de busca encontraram “cinco grandes pedaços diferentes de destroços” identificados como parte do submersível Titan. A Guarda Costeira afirmou que a primeira parte encontrada pertencia ao casco de fora da cabine de pressão.
Logo após, no entanto, foi encontrado outro detrito identificado como parte do casco de pressão do submarino.
“Essa foi a primeira indicação de que houve um evento catastrófico”, disse o contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira. As equipes encontraram, então, um segundo campo de detritos menor dentro do primeiro, onde outra extremidade do casco de pressão estava localizada.
Os destroços foram analisados por especialistas e as famílias foram notificadas da morte dos passageiros.
As buscas continuam
A busca e recuperação dos corpos dos passageiros continuará, apesar de ser um ambiente desafiador, disse John Mauger.
Os cinco ocupantes da embarcação foram declarados mortos: o empresário e aventureiro britânico Hamish Harding, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman Dawood, além do CEO e fundador da OceanGate, proprietária do submersível, Stockton Rush.
“É um ambiente incrivelmente implacável no fundo do mar”, disse o funcionário da Guarda Costeira à imprensa. “Continuaremos a trabalhar e a vasculhar a área lá embaixo, mas não tenho uma resposta para as perspectivas neste momento.”
Segundo Mauger, os veículos operados remotamente (ROV) permanecerão no local e continuarão a coletar informações sobre o submersível. Ele disse que ainda levará um tempo para determinar uma linha do tempo dos eventos que levaram a falha catastrófica do submersível.
As autoridades estão examinando um “ambiente operacional incrivelmente complexo no fundo do mar, mais de 3,2 quilômetros abaixo da superfície”, disse Mauger, e que os veículos operados remotamente que vasculham o chão são “altamente capazes” e devem revelar mais informações.