Por isso, a empresa diz ter realizado investimentos na ordem de R$ 1,3 bilhão.
As quedas constantes de energia em Goiás são fruto de pelo menos 20 anos de falta de investimentos no setor no estado. A avaliação é da própria Equatorial, concessionária que explora a distribuição, e também de especialistas ouvidos pelo Mais Goiás.
Na manhã desta quarta-feira (27), o presidente da empresa, Lener Jayme, disse que a Equatorial encontrou em Goiás, desde que passou a operar no estado, uma estrutura “extremamente degradada”, justamente pela falta de investimentos.
Além disso, ele apontou aumento de praticamente 7% na carga de energia em todo o país em função da onda de calor. Em Goiás, algumas regiões superaram 16%, o que considera algo fora da curva, o que, com uma rede degradada, que sofre sobrecarga acaba gerando os “desarmes”.
As transmissoras de energia no estado também apresentaram problemas, segundo o presidente, na capital e no Sul de Goiás. Aliado a isso, há problemas nas redes internas de condomínios, por exemplo, que não estão preparadas para o novo padrão de consumo e acaba gerando as quedas.
Por isso, a empresa diz ter realizado investimentos na ordem de R$ 1,3 bilhão, com continuidade para os próximos anos, e que a melhora deve ser sentida de forma gradativa.
O engenheiro eletricista e presidente da Associação Brasileira dos Consumidores de Energia Elétrica (Asceel), Augusto Francisco da Silva, atribui as interrupções de energia elétrica no estado à falta de investimento e manutenções, que deixam o sistema de distribuição carregado e “altamente prejudicado”.
A advogada especialista em Direito de Energia e vice-presidente da Comissão de Energia da OAB/GO, Thawane Larissa, aponta que falta investimentos na rede e manutenção adequada.
“O problema não é de hoje, vem desde a época da Celg, mas de lá para cá, não foi feito muita coisa para resolver essa situação. E quem fica na mão é o consumidor”, explica a especialista.
Thawane ressalta que Goiás tem potência energética, mas a falha está na entrega dessa energia ao consumidor final. “Não temos um sistema eficiente e moderno que distribua essa potência [energética] de forma adequada. Um dos resultados é esse que estamos vendo, a energia caindo a cada 10 minutos, atrapalhando empresas, escolas e residências”, denuncia.
fonte: maisgoias