O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma publicação em sua rede social debochando da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, durante a ditadura militar, causou uma onda de repúdio. O comentário foi feito em sua conta do Twitter, neste domingo, em resposta a uma postagem feita pela jornalista em que afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é inimigo confesso da democracia. O deputado disse no poste “ainda com pena da cobra”, em referência a tortura sofrida pela jornalista na época da ditadura.
Ainda com pena da 🐍 … pic.twitter.com/4DLVBtIPZI
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) April 3, 2022
O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) disse que o comentário foi covarde e asqueroso. O também senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) identificou o comentário como uma estratégia para desviar a atenção de problemas como fome, miséria e casos de corrupção do governo com comentários grosseiros como este “A estratégia dos Bolsonaros é clara: usar falas polêmicas para desviar a atenção”, afirmou o parlamentar.
Professora Dayane Pimentel, deputada federal (União Brasil-BA), escreveu que Míriam Leitão pode ter escolhas políticas diferentes das suas, mas isso é democracia. “Mas Eduardo Bolsonaro ameaçar, xingar e desrespeitar a mim, a ela ou a qualquer outra mulher só mostra o vil que é. Família Bolsonaro é perseguidora de quem não se curva”, escreveu a parlamentar.
Jornalistas dos mais diferentes veículos e economistas também se pronunciaram a respeito da agressão do filho do presidente.
“Durante a ditadura militar, usaram uma cobra para torturar a Míriam Leitão, que estava grávida. Hoje, essa figura nojenta publicou isso”, protestou o economista Sérgio Goldenstein.
A apresentadora Fátima Bernardes abriu o programa repudiando a publicação do deputado, a qual classificou como lamentável, “nossa colega aparece aqui por causa de uma postagem lamentável do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) que debochou da tortura que ele sofreu na ditadura quando estava grávida”, disse Fátima.
A jornalista Míriam Leitão relatou que, dois dias depois de ter sido presa no quartel do Exército em Vila Velha, no Espírito Santo, em dezembro de 1972, ela foi retirada de sua cela e levada para o pátio. Depois de levar chutes e tapas, teve que ficar nua na frente de dez soldados. Mas a referencia feita por Eduardo Bolsonaro é de quando Miriam foi colocada num quarto escuro com uma cobra, como uma forma de tortura, durante a ditadura. Ela estava grávida na época.