Uma coordenadora do Centro de Ensino em Tempo Integral (CEPI) Severiano de Araújo, na região Noroeste de Goiânia, denunciou que foi dopada e abusada dentro da unidade escolar. Segundo ela, os crimes foram cometidos em janeiro pela diretora e pelo vigilante do colégio, respectivamente. A Polícia Civil investiga o caso. Todos os envolvidos foram afastados da função temporariamente. A direção nega os delitos.
A vítima, que não terá o nome divulgado, disse que os crimes ocorreram fora do horário do expediente, quando a equipe realizava obras na escola aos finais de semana. De acordo com ela, tais serviços ocorriam sob som alto e consumo de bebida alcóolica por boa parte dos servidores.
A mulher conta que, em um final de semana, foi dopada pela diretora da unidade. “Ela mesmo me confessou que tinha me dado bala. Eu apaguei, perdi os sentidos. Até então, não sabia do abuso. Fui descobrir mais tarde, depois de ser ameaçada pelo autor e ver vídeos do crime”, disse.
Coordenadora supostamente dopada e estuprada dentro de escola diz que sofre perseguição e ameaça
Dias depois, sem saber da existência dos vídeos, a coordenadora teve, por cerca de 15 dias, um relacionamento amoroso com o vigilante da escola, que também teve relação com a diretora da unidade. A coordenadora relata que, por notar comportamento agressivo do homem, decidiu colocar fim ao relacionamento.
De acordo com ela, após o término, o suposto autor passou a persegui-la e ameaçá-la. “Dizia que se eu não desse dinheiro, divulgaria fotos e vídeos íntimos. Eu estava tranquila, pois não tinha conhecimento do que ele tinha feito, do abuso que eu tinha sofrido”.
À reportagem, a mulher disse que além do vigilante, a diretora e outra coordenadora da escola passaram a praticar assédio moral. “Elas divulgaram os vídeos para outros professores e até mesmo para os alunos. Foi aí que descobri o que tinha acontecido. Um dos vídeos mostra que estou desacordada e que o vigilante está com o órgão sexual no meu rosto. A gravação foi feita pela própria diretora”, afirmou.
Depois da situação, a profissional decidiu levar o caso à Polícia e solicitar medida protetiva contra os autores. “Tenho três filhas e não tenho mais paz. Estou sendo perseguida e ameaçada. Estão querendo me destruir. Me difamaram para toda a escola, inclusive para os alunos. Só quero justiça”, pediu.
Investigação
O caso foi registrado na 2ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), na região Noroeste de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, testemunhas já estão sendo ouvidas e os celulares dos supostos envolvidos estão sendo periciados.
A corporação visa encontrar o suposto vídeo para confirmar ou não a ocorrência do crime de estupro. O Mais Goiás tentou contato com a diretora e com o vigilante, mas não obteve sucesso.