Chapa do PP na Alego pode ser cassada após confissão de “candidatas laranjas”

Outros dois partidos enfrentam processos parecidos e também estão sujeitos a perderem os mandatos na Assembleia Legislativa de Goiás

Os deputados estaduais do PP podem estar com os dias contados na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), após três mulheres que supostamente teriam sido candidatas “laranjas” em 2022, confessarem ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que receberam dinheiro para emprestar os nomes ao partido. O desenrolar da ação pode acabar com a cassação da chapa da sigla e a nulidade dos mandatos.

Caso isso ocorra, perderão as cadeiras Alessandro Moreira, Jamil Calife e Vivian Naves, esposa do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (agora no Republicanos). Segundo dados do TRE, as candidatas tiveram sete, três e zero votos. Uma quarta mulher será ouvida em breve e pode seguir a mesma linha das demais. A expectativa é de que uma decisão seja tomada até o final deste ano.

No primeiro momento, os parlamentares deverão entrar com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando devem pedir um efeito suspensivo para permanecerem no cargo até o julgamento da peça.

Caso as candidaturas laranjas sejam confirmadas no entendimento da Corte, será configurada fraude na cota de gênero, que deve ser de no mínimo 30% de candidatas femininas. A ação contra o PP foi ajuizada pela Democracia Cristã (DC) e pelo PL.

Outros processos
Além dos três nomes do PP, também podem estar em breve, na mesma situação, os deputados Paulo Cezar Martins, Major Araújo e Delegado Eduardo Prado, do PL, partido que também responde a um processo parecido na Justiça Eleitoral sobre fraude na cota de gênero. Neste caso, a ação foi movida pelo MDB e União Brasil.

Uma possível cassação da chapa do PL pode acarretar em prejuízos ainda maiores, pois pode atingir os mandatos dos quatro deputados federais eleitos por Goiás. Gustavo Gayer, Professor Alcides, Magda Mofatto (agora no Patriota) e Daniel Agrobom perderiam os cargos caso a Justiça entenda que houve fraude na cota.

Outro partido que pode ficar sem representantes na Alego é o PSDB. Os tucanos registraram um homem trans como sendo do sexo feminino, contudo ele fez campanha pelo gênero masculino. A mudança pode ser vista como uma manobra para tentar burlar a legislação. Os processos correm na Justiça Eleitoral.

Quem assume?
Entre os nomes que podem assumir os mandatos que serão deixados estão os vereadores de Aparecida de Goiânia, Willian Panda (PSB) e Isaac Martins (Patriota), além de Fabrício Rosa (PT), Thiago Albernaz (MDB) e Chiquinho Oliveira (MDB). Apesar da expectativa, o quadro pode mudar.