terça-feira , 12 novembro 2024

Celular de Cid tinha plano para anular eleição de Lula

Nos arquivos encontrados, ninguém do comando das Forças Armadas e nem Bolsonaro aparece dando apoio ao plano.

O telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tinha um documento com um possível “plano de golpe” para anular a eleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. As informações foram divulgadas com exclusividade pela revista.

Os arquivos foram encontrados pela Polícia Federal no telefone de Cid. Mas, ninguém do alto comando das Forças Armadas e nem Bolsonaro aparece nesses documentos dando apoio ao plano. Intitulado como “Forças Armadas como poder moderador”, o documento tem três páginas e uma lista com oito etapas para a execução do plano, sem apresentar, de fato, uma explicação de como teria apoio institucional para efetivação.

Nela, há o pedido para a nomeação de um interventor federal; fixação de um prazo para restabelecimento da ordem Constitucional; definição da Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal como subordinadas ao interventor; suspensão de atos do Poder Judiciário e afastamento de ministros; abertura de inquérito para investigar os ministros afastados; autorização para que o interventor suspenda outros atos inconstitucionais praticados pelo Judiciário; substituição dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afastados; fixação de prazo para a realização de novas eleições.

No documento, é indicado que havia alguns militares desejando anular as eleições presidenciais do ano passado, além de destituir o Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram identificadas mensagens em que um oficial das Forças Armadas pede que Cid convença Bolsonaro a ordenar a intervenção militar, o que configura um golpe de Estado.

Os arquivos indicam que o plano foi feito com base na tese de que, caso Jair Bolsonaro perdesse as eleições, haveria um conflito entre os poderes. Desta forma, militares seriam convocados e uma intervenção militar instaurada.

“Entende-se que o conjunto dos fatos descritos seriam capazes de demonstrar não só uma atuação abusiva do Judiciário, mas também abuso praticado pelos maiores conglomerados de mídia brasileira, de modo a influenciar diretamente o eleitor e o resultado da eleição em favor de determinado candidato”, diz o autor de um texto encontrado com Cid.

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