De 5 a 17 de junho, já foram usados R$ 300 milhões dos R$ 500 milhões destinados ao programa de desconto para carros.
Em apenas duas semanas, desde que o governo federal anunciou um pacote de medidas de estímulo à indústria automotiva, mais de 60% dos recursos ofertados às montadoras em créditos tributários já foram utilizados.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), foram consumidos, entre os dias 5 e 17 de junho, R$ 300 milhões dos R$ 500 milhões destinados ao programa. Se o ritmo for mantido nos próximos dias, o total de recursos disponíveis chegará ao fim já nesta semana.
O ministério deve divulgar, na segunda-feira (19), um balanço parcial das vendas. Estimativas apontam que 60 mil unidades já foram comercializadas desde que as medidas de incentivo ao setor automobilístico entraram em vigor.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, por sua vez, fez uma estimativa mais otimista quando o programa foi lançado – ele projetou um volume de vendas extras entre 100 mil e 110 mil veículos no país.
Até o momento, nove montadoras aderiram ao programa: Renault, Volks, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot. Ao todo, essas empresas oferecem 233 versões de 31 modelos de veículos com desconto.
Segundo o MDCI, apenas dois modelos – o Fiat Mobi e o Renault Kwid – terão o desconto máximo de R$ 8 mil em incentivos fiscais. Os dois compactos fazem parte do grupo dos chamados carros de entrada, os mais baratos do mercado.
O pacote
O programa prevê desconto no preço final de carros, além de subsídios para a redução do valor de caminhões. O governo pretende gastar cerca de R$ 1,5 bilhão com o pacote: R$ 500 milhões para carros, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus.
No caso dos carros, o governo adotou a proposta de descontos escalonados a partir de um índice resultante do desempenho do veículo em três fatores:
- maior eficiência energética (nível de emissão de carbono);
- maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno); e
- menor preço (ampliação do acesso).
Carros com o valor de mercado de até R$ 120 mil têm desconto de até 11,6%. De acordo com o governo, o limite alcança cerca de 45% dos modelos disponíveis no país.Os descontos vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil para os carros novos. Montadoras e concessionárias podem adotar outros descontos, se assim desejarem.