segunda-feira , 25 novembro 2024

Caiado senta com especialistas e afirma que Reforma Tributária pode “cercear” crescimento de Goiás

Governador foi convidado pelo Brazil Jounal a debater, em São Paulo, questões relacionadas aos prejuízos a estados e municípios que poderão ser causados pelo projeto que tramita no Congresso

As polêmicas e incertezas que permeiam a reforma tributária, com pontos de alerta levantados pelo governador Ronaldo Caiado (UB), foram o foco de debate realizado pelo site Brazil Journal, nesta quinta-feira (07), em São Paulo.

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“Ela vai causar um distúrbio no desenvolvimento do Brasil, cerceando a capacidade de crescimento, principalmente do Centro-Oeste, que tem muito a produzir e a ofertar ao país”, frisou o governador.

Desde o início das discussões, Caiado apontou enfraquecimento do pacto federativo e perda de arrecadação para os estados. O argumento é ponto de concordância do sócio da Bichara Advogados, Luiz Gustavo Bichara, que integrou o painel “Questões Ainda Polêmicas”.

“Há um efeito não tributário que é menosprezado: com o fim dos benefícios fiscais, todo mundo vai se instalar em São Paulo. Vamos ter uma consequência federativa muito grande”, ressaltou o advogado.

A situação dos exportadores e o imposto seletivo também foram abordados.

“O que me preocupa aqui é a defesa do contribuinte. Não dá para afirmar que não haverá aumento de carga”, enfatizou Bichara. Também participaram do debate a diretora de Relações Externas da Souza Cruz/BAT, Natasha Kurrik, e o vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio.

Outro endosso para Caiado veio do ex-secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, que defendeu como solução melhorias no sistema tributário atual.

“Reforma é um processo e não um grande evento, porque no final do mês, o governador Caiado precisa de recursos para aplicar nas políticas públicas e tem que ter estabilidade. Os atuais tributos já estão diagnosticados e já sabemos dos problemas deles. 80% poderiam ser enfrentados em curto prazo”, avaliou

O debate sobre o tema não foi unânime. Alguns especialistas defenderam a necessidade da reforma como foi proposta para garantir a simplificação de impostos. Melina Rocha, da York Universty, destacou que “dos 193 países do mundo, 174 adotam o IVA”, o que, segundo ela, não é um acaso.

“É porque é o melhor modelo de tributação e que menos distorce o setor produtivo”, defendeu. Natasha Kurrik, representante da Souza Cruz, resumiu ao dizer que “o que vai definir se será um remédio ou um veneno é a dose”.

Alterações
O governador Ronaldo Caiado voltou a questionar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019 na Câmara dos Deputados, realizada no dia 8 de agosto.

“Algum deputado saberia passar por uma sabatina do que foi votado? Qual é realmente a responsabilidade de um texto que mexe com a vida de 200 milhões de brasileiros?” questionou ao lembrar “pressa” na apreciação.

Relator do projeto na Câmara dos Deputados, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro garantiu diálogo até a aprovação final.

“Vamos concluir aquilo que quase ninguém acreditava que seria possível: uma reforma tributária sobre o consumo. A ideia agora é continuar dialogando até o final do ano para que possamos entregar um texto promulgado em 2023”, afirmou.

 

 

fonte: g5news

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