sexta-feira , 22 novembro 2024

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Café filtrado é mais benéfico para o coração do que o expresso, revela estudo

O maior efeito na redução da mortalidade foi observado em pessoas que consumiam de uma a quatro xícaras da bebida por dia
O café pode ser uma bebida saudável e pode ser ainda melhor quando é feito com um filtro de papel. A descoberta é de pesquisadores noruegueses que reuniram dados de saúde de 508.747 homens e mulheres de 20 a 79 anos. Eles os acompanharam por uma média de 20 anos, e os participantes relataram o tipo e a quantidade de café que bebiam – filtrado em papel ou fabricado usando métodos não filtrados, como prensa francesa ou expresso.
Beber café filtrado foi associado a uma redução de 15% no risco de morte prematura por qualquer causa em homens e mulheres. Mas as taxas eram mais baixas quando o café não era filtrado: os homens que bebiam café não filtrado tiveram uma redução de 4% e, as mulheres, de 9%.

Comparado com o café não filtrado, o café filtrado foi associado a um menor risco de morte por doença cardiovascular, doença cardíaca isquêmica ou acidente vascular cerebral. A mortalidade mais baixa foi entre aqueles que bebiam de uma a quatro xícaras por dia. O estudo, publicado no periódico médico European Journal of Preventive Cardiology, controlou muitos outros fatores de risco cardiovascular.
O café não filtrado contém concentrações muito mais altas de fitoquímicos que aumentam o colesterol do que o café filtrado, o que pode explicar parte do efeito.

Aage Tverdal, pesquisador sênior do Departamento de Saúde Pública da Noruega e principal autor do estudo, disse que o efeito na saúde cardiovascular é modesto em comparação com o exercício ou o controle de peso, mas ainda significativo.
– Seja qual for o tipo de café que você beba – disse ele – aproveite. Se for conveniente, beba café filtrado, especialmente se você tiver colesterol alto.

Variadas xícaras de café trazem benefícios diferentes

Uma pesquisa feita pelo Instituto Axxus sobre o consumo do café no Brasil mostra que 30% dos brasileiros tomam 6 xícaras ou mais de café diariamente. Quase metade dos entrevistados (45%) informou consumir um pouco menos — de 3 a 5 xícaras todos os dias. O café é bebido principalmente ao acordar, durante a manhã e depois do almoço, informaram os voluntários que participaram do levantamento feito em 2021.

Vários estudos já demonstraram os benefícios que o café pode trazer de acordo com a quantidade de ingeridas por dia. Uma xícara de café, por exemplo, já é o suficiente para aumentar o estado de alerta do corpo e também contribui para o bom funcionamento do intestino.
Duas xícaras auxiliam no desempenho do exercício, melhorando a resistência e a velocidade. Seu efeito estimulante sobre o sistema nervoso reduz a fadiga e a percepção de esforço. Beber duas xícaras de café por dia também pode diminuir o risco de insuficiência cardíaca, condição caracterizada pela dificuldade de o coração bombear sangue de forma eficiente pelo corpo.

Uma pesquisa publicada em janeiro no European Journal of Preventive Cardiology, envolvendo quase meio milhão de britânicos, descobriu que beber cerca de três xícaras de café moído diariamente reduz o risco de derrame em 21%, em comparação com aqueles que não tomam a bebida. Acredita-se que os antioxidantes e outros compostos nos grãos sejam fundamentais, protegendo contra danos nas artérias, o que pode levar a problemas cardíacos e derrames.
Um estudo com mais de um milhão de pessoas pelo Instituto Karolinska, na Suécia, descobriu que aqueles que bebiam cinco xícaras por dia tinham um risco 29% menor de diabetes tipo 2, em comparação com os não bebedores. O ácido cafeico e os ácidos clorogênicos são dois compostos do grão de café que podem ajudar a prevenir os depósitos de uma proteína, o polipeptídeo amilóide, que pode se acumular no pâncreas e destruir as células que produzem insulina. O café descafeinado pode ter o mesmo efeito protetor, sugeriu o estudo.
Dados do estudo Health Physicians Follow-Up, publicado pela Universidade de Boston, altas doses de café por dia estão ligadas ao menor risco de ter gota. Nos homens, a chance de desenvolver a doença ao longo de 12 anos foi 59% menor para aqueles que bebiam seis ou mais xícaras por dia em comparação com os homens que não bebiam. O risco foi 40% menor para os homens que bebiam de quatro a cinco xícaras por dia.

Crédito: O globo

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