segunda-feira , 7 abril 2025

Áudios Reforçam Suspeitas de Esquema de Rachadinha na Prefeitura de Luziânia

LUZIÂNIA (GO) — Áudios recentemente obtidos e divulgados no âmbito de uma investigação judicial apontam indícios de um suposto esquema de “rachadinha” operando dentro da Prefeitura Municipal de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. As gravações envolvem João Carlos Dadalte Júnior, presidente do diretório municipal do Democracia Cristã (DC), e lançam novas luzes sobre práticas ilegais de desvio de recursos públicos na estrutura administrativa da cidade.

Nas conversas, atribuídas a João Carlos, ele demonstra insatisfação por não ter recebido valores acordados de uma funcionária comissionada, que estaria ocupando um cargo em seu lugar após ele se afastar para disputar uma possível candidatura à Câmara Municipal em 2024. De acordo com o conteúdo dos áudios, o político indica que havia um acerto prévio para que a servidora repassasse parte do salário mensal, o que configura a prática de rachadinha, vedada pela legislação brasileira e passível de sanções cíveis e criminais.

Em um dos trechos, João Carlos afirma textualmente: “Ela sabe que o cargo é meu, e que ela só está ali porque eu coloquei. Mas agora não quer me pagar.” Ainda segundo ele, o salário em questão seria de aproximadamente R$ 2.800, e não teria sido repassado como combinado.

Outro ponto grave da denúncia é o envolvimento indireto de membros da alta gestão da prefeitura. Em um segundo áudio, também revelado na apuração, um interlocutor identificado como Divonei Oliveira de Souza, atual secretário executivo da gestão municipal, sugere que a funcionária não procure um advogado e orienta que, caso seja questionada pelas autoridades, negue a existência de qualquer acordo ou repasse financeiro. “Se alguém perguntar, você fala que não sabe de nada. Que não tem nada disso. A gente resolve por aqui mesmo,” teria dito.

A investigação, que tramita sob sigilo na 19ª Zona Eleitoral de Luziânia, integra um conjunto maior de apurações sobre corrupção e aparelhamento político no município. Segundo fontes próximas ao caso, o Ministério Público Eleitoral estaria reunindo provas para avaliar possíveis crimes de peculato, improbidade administrativa, e uso da máquina pública para fins eleitorais.

Especialistas em direito administrativo e eleitoral consultados pelo Goiás da Gente afirmam que, se comprovadas, as condutas apontadas nas gravações podem ensejar não apenas sanções penais aos envolvidos, mas também resultar em ações de inelegibilidade, perda de mandato e proibição de exercício de função pública por até oito anos.

Até o momento, a Prefeitura de Luziânia e os citados nos áudios não emitiram nota oficial. O espaço permanece aberto para manifestações.

A repercussão do caso já começa a ganhar atenção nos bastidores da política regional e poderá impactar diretamente o cenário eleitoral de 2024, especialmente se envolver nomes atualmente cotados para reeleição ou ascensão a cargos legislativos.

A equipe de reportagem do Goiás da Gente segue acompanhando os desdobramentos e trará atualizações assim que novas informações forem disponibilizadas.

Fonte: Metrópoles

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