quinta-feira , 14 novembro 2024

Abastecimento de água em Joinville é retomado gradativamente após interrupção por vazamento de ácido

Prefeitura explica que volta da água depende da distância da casa para a estação de tratamento (ETA). Fechada na segunda, ETA Cubatão foi reaberta pouco mais de 24 horas depois.

Após a reabertura da Estação de Tratamento de Água (ETA) Cubatão, o fornecimento de água está sendo retomado gradativamente aos moradores de Joinville, no Norte de Santa Catarina, nesta terça-feira (30). A estação foi fechada na segunda (29) após o acidente que causou o vazamento de ácido sulfônico no rio Seco, afluente do Rio Cubatão.

A substância chegou até o rio após um caminhão tombar na Serra Dona Francisca, na SC-418. Vinte galões com 50 litros de ácido sulfônico cada vazaram para o Rio Seco. O motorista do caminhão perdeu o controle da direção em uma reta. Ele, que sofreu ferimentos, foi internado e teve alta nesta terça.

Volta gradual da água
A ETA Cubatão é responsável pelo abastecimento de água de 34 dos 43 bairros de Joinville. A prefeitura explicou que o que determina a volta da água às casas é a distância delas para o reservatório.

Segundo o município, todos os reservatórios já foram reabastecidos. Quem mora mais perto deles já recebeu água. As residências mais distantes vão recebendo de forma gradativa.

Esses locais mais próximos devem ter o abastecimento restabelecido ainda nesta terça. Nos lugares mais afastados ou nas regiões mais altas, a normalização do abastecimento deve ocorrer durante a quarta (31), conforme a prefeitura.

Dessa forma, o município pede que os moradores façam o consumo consciente e evitem, neste primeiro momento, lavar roupas, calçadas ou veículos.

Trechos seguem com espuma
Trechos do Rio Seco, afluente do Cubatão, rio que abastece 75% da população de Joinville, município mais populoso de Santa Catarina, seguem com espuma nesta terça-feira (30), um dia após o acidente que causou vazamento de ácido sulfônico no local.

Conforme o Instituto do Meio Ambiente (IMA), a substância branca vem diminuindo gradativamente. Imagens mostram que, quanto mais próximo da Serra Dona Francisca, onde o caminhão que carregava o ácido corrosivo tombou, maior a quantidade de espuma.

Em função da crise no abastecimento, foi decretada situação de emergência pela prefeitura, condição reconhecida pelo Governo Federal.

A água captada pelo Rio Cubatão passou por diversos testes durante a madrugada. Três coletas seguidas pela manhã atestaram que o líquido estava potável.

O prefeito Adriano Silva declarou em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV, que apesar do químico ter capacidade de intoxicação, houve a diluição na água e com a velocidade do Rio Cubatão, o produto foi dissipado e já passou pelo trecho onde está a estação de tratamento.

Conforme o diretor de Controle e Passivos Ambientais do IMA, Fábio Castagna da Silva, a dissipação completa da substância “não vai ser instantânea”.

“Ainda vai longo período de monitoramento para a gente entender o impacto desse produto no ecossistema local”, informa.

Danos ambientais
Segundo o IMA, a análise de um material coletado em raspagem no solo vai avaliar possíveis riscos ambientais causados pelo vazamento. Ainda não há informações sobre a extensão da contaminação.

Sheila Meirelles, presente do órgão, antecipa que é uma “preocupação bem grande” em relação à fauna.

“Teve uma mortandade de peixes, principalmente na área onde houve o acidente, porque a quantidade da substância foi muito grande no local”, informou.

O professor de engenharia sanitária e ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) explica que o ácido sulfônico é tóxico à vida aquática.

“Peixes, anfíbios, moluscos, organismos que vivem na água, vão sofrer porque essa substância altera as propriedades físico-químicas da água”, afirma.

Fiscalização ao longo do rio
Na manhã desta terça, guarnições da Polícia Militar Ambiental (PMA) com duas embarcações para a Baía da Babitonga, para verificarem o impacto do acidente. A baía é onde deságua o Rio Cubatão antes do contato com o mar.

“Até o momento, não foi identificado qualquer ponto na Baía com espuma, peixe e animais mortos ou qualquer vestígio material de que a substância tenha afetado de forma mais impactante o ambiente”, informou a PMA.

Segundo a Polícia Civil, que investiga as circunstâncias da ocorrência, o acidente pode ter sido causado por uma falha no freio do caminhão. O veículo que transportava ácido sulfônico na Serra da Dona Francisca e parte da carga caiu no rio que abastece o município.

O delegado Rafaello Ross explica que, além da perícia solicitada no caminhão, será feita uma análise no local do acidente para verificar a velocidade do veículo no momento do acidente.

A Polícia Civil também solicitou uma perícia ambiental para contabilizar a extensão do dano no meio ambiente.

“Pelo relato inicial da ocorrência, e até pela imagem que aparece no vídeo, foi uma falha mecânica no caminhão, possivelmente o sistema de freios. Então, aquilo fez com que o motorista perdesse o controle na decida e acabasse colidindo”, disse o investigador.

fonte: g1 noticias

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