Brasília (DF) — O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta terça-feira (8/4) uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por suposto envolvimento em um esquema de desvio de verbas públicas. A acusação aponta irregularidades na destinação de emendas parlamentares para obras de pavimentação em Vitorino Freire (MA), cidade governada por sua irmã, Luanna Rezende.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o esquema teria desviado ao menos R$ 835,8 mil de recursos públicos oriundos da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). Os repasses foram feitos por meio de emendas parlamentares quando Juscelino ainda era deputado federal.
A denúncia apresentada ao STF envolve crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação. A Corte Suprema agora decidirá se aceita a acusação e abre processo formal contra o ministro.
Em nota, a defesa de Juscelino Filho, representada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti, reafirmou a inocência do ministro. “O oferecimento de uma denúncia não implica em culpa. Confiamos que o Supremo Tribunal Federal não permitirá uma injustiça”, afirmaram os representantes legais.
Fontes próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelaram que o chefe do Executivo pretende analisar a denúncia com cautela e ouvir pessoalmente o ministro antes de tomar uma decisão sobre seu eventual afastamento. Apesar da pressão política, Lula ainda não formalizou nenhuma medida em relação à permanência de Juscelino no cargo.
O partido União Brasil, ao qual Juscelino é filiado, manifestou apoio ao ministro. O presidente da legenda, Antônio Rueda, afirmou que confia na conduta e seriedade do correligionário e ressaltou que ele ainda não teve a chance de se defender formalmente na PGR.
O caso movimenta os bastidores políticos em Brasília e gera reflexos em todo o país, incluindo Goiás, onde parlamentares e representantes de diversos setores acompanham com atenção os desdobramentos da denúncia. Especialistas apontam que o resultado do julgamento de admissibilidade pelo STF poderá impactar diretamente o cenário ministerial do governo federal e o equilíbrio da base aliada no Congresso.