quinta-feira , 14 novembro 2024

Jorge Caiado afirma inocência e defesa denuncia militares

Defesa de Jorge Luiz Ramos Caiado, assessor da Assembleia Legislativa de Goiás, que se tornou réu após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) no caso do assassinato do empresário Fábio Escobar, ocorrido em junho de 2021, em Anápolis (55 km da Capital), denuncia oficiais que deram depoimento sobre o envolvimento do cliente, o qual os advogados apontam como “conteúdo revanchista”.

Advogados de Jorge apontam que a denúncia do Ministério Público (MP) usa matérias jornalísticas como fonte de informação. Assim, pede que se investigue a origem das vultuosas movimentações financeiras dos policiais também denunciados, conforme relatado pelos veículos jornalísticos, com o objetivo de identificar o possível mandante do delito, ou seja, sugerindo que Jorge Caiado é inocente.

Ainda sobre a denúncia do MP, a defesa diz que o documento tem carência de técnica processual e de cunho político, conforme anexadas aos autos após o aditamento da denúncia, diversas reportagens protocoladas pelo Parquet no dia 20 de março de 2024. Veja abaixo íntegra da nota da defesa de Jorge Caiado.

Pedido antecipado de Habeas Corpus

Com a decisão da 1ª Vara Criminal de Anápolis, Jorge chegou a entrar com um pedido liminar de Habeas Corpus para evitar uma possível prisão. No entanto, o pedido foi negado pela desembargadora Rozaana Fernandes Camapum no último domingo (24).

Além de Jorge, Carlos César Savastano de Toledo, conhecido como Cacai Toledo, também é réu no caso. Atualmente, ele está foragido.

As autoridades estão conduzindo as investigações e buscam por Cacai Toledo.
As autoridades estão conduzindo as investigações e buscam por Cacai Toledo.

Entenda o caso

Segundo o documento do MPGO, Jorge teria auxiliado no planejamento do crime, utilizando seu prestígio na Secretaria de Segurança Pública (SSP) e sua proximidade com policiais militares. A denúncia afirma que Jorge era aliado de Carlos César de Toledo, conhecido como Cacai, ex-presidente do Democratas, que foi denunciado como o mentor intelectual do crime.

A investigação concluiu que Escobar foi assassinado após denunciar desvios de dinheiro na campanha eleitoral de Cacai, em 2018. Movidos por vingança, Jorge e Cacai se reuniram com o Coronel Benito Franco Santos, então comandante da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), em fevereiro de 2019. Eles teriam dito que Escobar estaria ameaçando Cacai e que a única forma de resolver seria “só matando”.

O coronel Santos se recusou a participar da “empreitada”. Posteriormente, Jorge e Cacai se reuniram com o ex-chefe da Casa Militar, Coronel Newton Nery Castilho, buscando apoio para “exterminar Fábio Escobar”. Segundo a denúncia, Castilho também negou a proposta e declarou que não era “jagunço”.

Apesar das negativas, Jorge e Cacai mantiveram o plano e, para executá-lo, aliciaram os policiais militares denunciados como executores do crime. Segundo a denúncia, após o assassinato do empresário, os policiais receberam promoções por “ato de bravura” em confronto policial com resultado morte.

Em nota, a defesa de Jorge Caiado afirma que ele é inocente e que tenta acesso ao documento da denúncia para analisar o conteúdo.

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