quinta-feira , 14 novembro 2024

Ministros do STF veem provas consistentes para prisão de Bolsonaro

Detenção, contudo, não deve ocorrer neste momento para que o ex-presidente não vire um mártir

Depois da divulgação do vídeo de uma reunião ministerial de julho de 2022, a maior parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acredita haver provas consistentes para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja preso.

Responsável pela investigação, a Polícia Federal (PF) viu “dinâmica golpista” da cúpula da gestão passada durante o encontro. Apesar disso, os ministros avaliam o cenário político de uma possível prisão. Ainda que vejam provas consistentes, há a análise de que isso pode tornar o ex-presidente um tipo de mártir. Quatro magistrados foram ouvidos pela colunista. Sobre prisão, foi dito que não há consenso.

Desta forma, somente em caso de condenação na Justiça esta deve ocorrer. Com o surgimento de mais dados, claro, a situação pode mudar – por exemplo, em caso de obstrução da Justiça.

Recentemente, o ex-presidente Bolsonaro convocou um ato na avenida Paulista, em São Paulo, para 25 de fevereiro. Entre outras coisas, ele diz querer se defender. Ele também pede que os apoiadores não levem cartazes e faixas contra “quem quer que seja”. Rodrigo Rangel, colunista do Metrópoles, avalia que o discurso é retórico e o intuito é o contrário.

Bolsonaro sabe que eles vão levar os cartazes e, neste caso, poderia se desvencilhar de culpa em caso das rotineiras manifestações de ódio contra o STF e, sobretudo, o ministro Alexandre de Moraes. Poderá dizer que, em outros casos, ele também não incentivou contra as instituições.

O ex-presidente é investigado em vários casos. Contudo, o que apura um plano de golpe de Estado é o que tem maior chance de o levar a prisão.

Durante a operação da Polícia Federal (PF), no último dia, contra tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para manter o ex-presidente no poder, os agentes encontraram o que seria a minuta de um discurso de anúncio de decreto de estado de sítio no País no escritório de Bolsonaro, na sede do PL, em Brasília. Trata-se de um intrumento utilizado pelo chefe do Executivo que suspende temporariamente os direitos e as garantias dos cidadãos.

No dia 9, a defesa do ex-presidente disse, em solicitação ao STF, que a “minuta golpista” foi impressa por problemas de visão.

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