Investigações apontam que o policial Lucas Torrezani criou dois grupos para combinar o depoimento dado à Polícia Civil.
Em Vitória, no Espírito Santo, as investigações da Polícia Civil descobriram que o policial Lucas Torrezani criou dois grupos no aplicativo WhatsApp, para combinar o depoimento dado à Polícia Civil com o colega Jordan Ribeiro de Oliveira.
O soldado da PM, Lucas Torrezani de Oliveira, de 28 anos, é supeito de matar o músico Guilherme Rocha, de 37 anos, em Jardim Camburi, em Vitória. Após o crime, Lucas criou dois grupos para combinar o depoimento dado à Polícia Civil com o colega Jordan Ribeiro de Oliveira e uma terceira testemunha.
Foi em um destes grupos que o militar postou a mensagem debochando ‘‘queria dormir, agora dormiu“. A informação sobre os grupos criados por Lucas foi divulgada pela Polícia Civil, na manhã desta segunda-feira (19), durante a coletiva de imprensa sobre a conclusão do Inquérito Policial.
“Eles tinham dois grupos, o primeiro grupo eles deram o nome de ‘Cadê Mateus?’. Esse grupo servia para marcar aqueles algazarras que eram feitas no prédio, encontros regrados à bebida e a drogas”, disse o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, Marcelo Cavalcanti.
Guilherme Rocha foi morto pelo vizinho PM com um tiro. O delegado disse que o policial militar criou um segundo grupo intitulado ”AA”. “A partir daí, após a versão mentirosa que ele (Lucas) apresentou na delegacia, sentiu a necessidade de continuar mantendo aquela mentira. Constam nos altos, e a gente vê que só reforça que a versão inicialmente era mentirosa, quando a gente descobre que eles tentam inventar fatos para tentar fugir da culpa“, declarou o delegado.
A Polícia Civil informou, nesta segunda-feira, que o músico Guilherme Rocha foi várias vezes ao local onde o policial estava para pedir para o PM baixar a música. Na terceira vez que ele foi ao local, acabou baleado pelo PM.
A PC descobriu que a versão combinada pelos investigados dava conta de que o disparo foi efetuado pois o músico teria tentado pegar a arma do policial. Essa versão, no entanto, não se sustenta, segundo o delegado Marcelo Cavalcanti.
“Os autos revelam que em nenhum momento o Lucas atuou em legítima defesa e, sim, ele executou a vítima com requintes de crueldade“, pontuou.
O perito criminal Vinícius Médico explicou que a posição de Guilherme em relação a Lucas indicam um baixo risco para o atirador. “Ele não apresentava risco iminente de tomar a arma do atirador”, disse o perito.