MP foi informado de que Corregedoria do banco, que tem independência para investigar, sofreu pressão por ter corroborado as denúncias
A Corregedoria da Caixa Econômica Federal concluiu a apuração interna aberta após reportagens publicadas pela coluna em junho revelarem casos de assédio sexual e moral envolvendo o então presidente do banco, Pedro Guimarães.
O resultado do trabalho, conduzido por uma equipe que tem mandato para apurar irregularidades internas e, ao menos teoricamente, está blindada contra interferências políticas, não é nada agradável para Guimarães.
O relatório de centenas de páginas corrobora as suspeitas de assédio e traz novos elementos com potencial de agravar a situação do ex-presidente e de pessoas ligadas a ele. O material inclui dezenas de depoimentos e outros documentos que confirmam as suspeitas.
O documento, assinado pelo corregedor Leonardo Grobba e pela equipe que o auxiliou no trabalho, deverá ser apresentado na tarde desta segunda-feira aos integrantes do Conselho de Administração da Caixa.
O resultado final da investigação da Corregedoria será compartilhado com o Ministério Público Federal e com o Ministério Público do Trabalho, que abriram procedimentos destinados a esquadrinhar os episódios de assédio – o MPT, por sinal, já até ajuizou uma ação civil pública em que cobra multas milionários de Pedro Guimarães e do próprio banco.
Embora o corregedor tenha autonomia e mandato para conduzir a apuração livre de interferências, a coluna apurou que recentemente chegaram a investigadores do Ministério Público relatos de que ele tem sofrido pressão, de pessoas ligadas à antiga cúpula do banco, por ter corroborado as denúncias de assédio.
Uma outra apuração, conduzida por um escritório de advocacia privado contratado pela Caixa, também está em fase final. Não está claro, até o momento, se ela também será apresentada aos conselheiros do banco nesta segunda.
Fonte: metrópoles