Combatentes do Talibã interromperam com tiros para o alto uma manifestação de seis afegãs que reivindicavam o direito à educação nesta quinta-feira (30) em Cabul, capital do Afeganistão.
Na terça-feira (28), o reitor nomeado pelo grupo extremista para a Universidade de Cabul, Mohammad Ashraf Ghairat, proibiu mulheres na instituição (tanto professoras quanto alunas).
Três mulheres jovens, de véu e máscara, exibiam uma faixa com a frase “Não politizem a educação!”, em inglês e em dari, diante de uma escola de ensino médio para meninas na zona leste da cidade.
“Não quebrem nossas canetas, não queimem nossos livros, não fechem nossas escolas”, completava a faixa, ao lado de uma foto de meninas com véu durante uma aula.
Quando outras três manifestantes se uniram às primeiras, uma delas com o cartaz “A educação é a identidade humana”, vários talibãs armados chegaram ao local.
A manifestação foi convocada pela internet por um grupo chamado “Movimento Espontâneo de Mulheres Ativistas no Afeganistão”.
Tiros para o alto e cabeçada em cinegrafista
Os combatentes obrigaram as manifestantes a recuar para a porta de entrada do centro de ensino. Um deles derrubou o cartaz, enquanto outros avançavam contra jornalistas estrangeiros para tentar impedir que registrassem imagens do protesto.
Um talibã disparou uma rajada curta de tiros para o alto com sua metralhadora, e as manifestantes se refugiaram dentro da escola.
Os extremistas perseguiram os cinegrafistas e fotógrafos, tentando retirar suas câmeras, e um deles deu uma cabeçada em um cinegrafista estrangeiro.