quinta-feira , 14 novembro 2024

História de cinema: assassino foge de 200 policiais por Goiás

Doug Liman, Neill Blomkamp, John McTiernan, Matthew Vaughn. Talvez, mas talvez mesmo, um desses extremamente famosos diretores de cinema poderiam dirigir um longa-metragem que narrassem os últimos dias antes às escapulidas criminosas de Lázaro Barbosa Sousa. Baiano de 33 anos, era conhecido apenas no judiciário e entre um ou outro policial que o prendeu quando cometeu os crimes que o levaram à prisão, em 2018.

O homem mobiliza pelo menos 200 policiais nos últimos seis dias. Por pouco ele foi preso na rodovia BR-070, próximo à cidade de Edilândia (GO), a 82 km da capital federal.

Era tarde de domingo quando, foragido, ele furtou um carro em uma chácara de Cocalzinho (GO) e abandonou o veículo, um Corsa vermelho. Foi a forma que encontrou para escapar de um bloqueio policial que o procurava.

Lazáro entrou na propriedade por volta das 15h. No começo da noite, o dono do imóvel foi até a base montada pelas forças de segurança, em um trevo perto da cidade de Cocalzinho, e relatou a situação. Ele contou que, ao chegar em casa, deu falta do carro, um Corsa vermelho, e encontrou a residência revirada. Por volta das 18h30, o veículo foi abandonado por Lazáro na rodovia, a cerca de 30km de distância da chácara do rapaz. No interior do automóvel, foi encontrado um carregador de munições. Policiais iniciaram uma intensa busca pela mata, usaram cães farejadores, drones e helicópteros.

Lázaro é acusado de matar quatro pessoas, balear três, invadir chácaras, fazer reféns e atear fogo em uma casa — o ataque ocorreu na noite de sábado — (veja mais em rastro de crimes). Por volta das 8h de ontem, três caseiros de uma chácara afirmaram aos policiais que se depararam com o criminoso. Com facões e foices, foram fechar a porteira de uma chácara, em Cocalzinho, quando ficaram frente a frente com o suspeito, que fugiu.

Segundo os funcionários, o homem entrou em uma mata fechada próxima ao local. Para reforçar as buscas suspeito, mais 200 policiais e 50 viaturas do Distrito Federal e de Goiás se uniram e montaram uma base no trevo de Cocalzinho. Fazem parte do grupo unidades da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), da Polícia Militar (PMDF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF).

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP/GO) informou que assim que tomou conhecimento da ocorrência na região do entorno, a força-tarefa foi criada. Segundo o órgão, os secretários de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, e do DF, Júlio Danilo, coordenam os trabalhos.

A PMDF detalhou o rastro de violência deixado por Lázaro, anteontem. O suspeito invadiu a fazenda da família de um soldado da corporação. Segundo apurado pelo Correio, Lázaro passou a tarde em uma chácara próxima à Lagoa Samuel, onde manteve um caseiro como refém. A reportagem encontrou a mãe do caseiro em frente ao Hospital Municipal Jair Paiva. “Amarrou meu filho, o obrigou a cozinhar e a fumar maconha”, contou a senhora, que preferiu não revelar o nome.

Lázaro teria, ainda, ingerido bebida alcoólica, destruído o carro do rapaz e cortado os fios de wi-fi. Pouco depois disso, por volta de 19h, o suspeito invadiu outra residência, baleou três pessoas, roubou duas armas e munições. Os crimes não pararam por aí. Às 23h30, enquanto a reportagem saía de Cocalzinho, policiais foram acionados para uma ocorrência de incêndio em uma residência na região. A vítima contou que Lázaro ateou fogo na casa.

Para as buscas por Lázaro, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) contam com uma farda especial, camuflada, para entrar no matagal à procura do foragido. De acordo com a PMDF, 17 fazendas da região estão ocupadas por policiais para garantir a segurança da população. Segundo a corporação, as equipes estão distribuídas em pontos estratégicos, e as buscas ocorrem em propriedades e na mata com a ajuda de drones e cães farejadores.

Lázaro é acusado de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou Cleonice Marques de Andrade, 43, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O corpo dela foi encontrado anteontem, em um matagal. O cadáver estava sem roupa e com diversos cortes, em uma zona de mata próxima à BR-070.

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