segunda-feira , 25 novembro 2024

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Saiba como identificar se seu filho pratica ou é vítima de Bullying

Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos psicológicos às vítimas. O termo surgiu a partir do inglês bully, palavra que significa tiranobrigão ou valentão, na tradução para o português.

No Brasil, o bullying é traduzido como o ato de bulirtocarbatersocarzombartripudiarridicularizar, colocar apelidos humilhantes etc. Essas são as práticas mais comuns do ato de praticar bullying. A violência é praticada por um ou mais indivíduos, com o objetivo de intimidar, humilhar ou agredir fisicamente a vítima.

O bullying geralmente é feito contra alguém que não consegue se defender ou entender os motivos que levam a tal agressão. Normalmente, a vítima teme os agressores, seja por causa da sua aparente superioridade física ou pela intimidação e influência que exercem sobre o meio social em que está inserido.

O bullying pode ser praticado em qualquer ambiente, como na rua, na escola, na igreja, em clubes, no trabalho, etc. Muitas vezes é praticado por pessoas dentro da própria casa da vítima, ou seja, pelos seus próprios familiares.

Para a justiça brasileira, o bullying está enquadrado em infrações previstas no Código Penal, como injúria, difamação e lesão corporal. Ainda não existe uma lei específica sobre o tema.

Bullying na escola

Uma das formas mais comuns de bullying é o que acontece no ambiente escolar. Trata-se de um problema universal – ou seja, ocorre em todo o mundo.

As formas de agressão entre os alunos podem acontecer em todos os níveis da fase escolar, desde o primário até os últimos anos do ensino médio.

O bullying escolar não tem uma motivação única. Uma criança ou adolescente pode sofrer bullying no ambiente escolar por diversas razões: um aspecto físico considerado fora do padrão, um traço de personalidade menosprezado pelos demais, um jeito de pensar que não é aceito, etc.

Um aluno ou uma aluna pode sofrer bullying pelo seu peso, pela cor da sua pele, pelo fato de ser estudioso, por ser tímido, por querer prestar atenção na aula, por não compactuar com certas atitudes de um grupo dominante, etc. De modo geral, o bullying escolar envolve menosprezo e intimidação, seja por parte de um “valentão” ou por parte do grupo de “valentões”.

O bullying atrapalha a aprendizagem do aluno, além de afetar o seu comportamento fora da escola, segundo os psicólogos.

Pais e professores devem estar atentos às atitudes de seus filhos e alunos, principalmente em alterações de comportamento, hematomas no corpo e demais situações que pareçam fora do comum.

Um dos obstáculos ao enfrentamento do bullying ainda é a aceitação de certos comportamentos agressivos, considerados “normais” entre crianças e jovens. Bullying é violência e não pode ser considerado mera “zoação”.

Bullying escolar no Brasil

De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), o Brasil é um dos piores países em termos de bullying escolar no mundo. Segundo dados de 2018 dessa organização internacional, o bullying nas escolas do Brasil é duas vezes maior que a média dos outros países.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura a toda criança e adolescente no Brasil o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade. Portanto, para que essa norma se cumpra, é preciso que o bullying seja devidamente enfrentado.

O que leva o autor do bullying a praticá-lo

Busca de popularidade ou status social. Reforço da identidade do grupo – e consequente exclusão daqueles que não fazem parte do grupo. Afirmação de poder.

Não há uma única razão para a prática do bullying, e não é fácil determinar o que leva uma pessoa a humilhar constantemente outra pessoa.

No entanto, é possível apontar algumas motivações e algumas situações típicas. Em todas elas, há sempre uma relação desigual de poder entre as pessoas envolvidas. O “valentão” é aquele que quer afirmar o seu poder a qualquer custo, e para isso se utiliza sistematicamente da agressão verbal ou física para rebaixar a outra pessoa.

Nas escolas, a formação de grupos fechados, as chamadas “panelinhas”, podem funcionar através de um mecanismo de exclusão. Ao mesmo tempo em que os membros do grupo reforçam seus laços de amizade, podem excluir aqueles que, por alguma razão, não se adequam às expectativas do grupo. Esse mecanismo de exclusão pode gerar situações de bullying.

Tipos de bullying

Bullying verbal

O bullying verbal talvez seja o mais comum. Consiste numa série de atos intencionais de violência psicológica – xingamentos, ofensas, provocações, ameaças, intimidações, humilhações, etc. Esses insultos, quando são frequentes e dirigidos contra um alvo específico, podem ser considerados bullying verbal.

Bullying físico

Pode acontecer da intimidação ultrapassar a fase verbal e descambar para a agressão física. Também pode acontecer da agressão verbal e física serem praticadas simultaneamente. Seja como for, o bullying físico é definido como uma sequência de ações intencionais que visem machucar a vítima.

Chutar, bater, arranhar, empurrar, morder, beliscar, fazer tropeçar de propósito… Todos esses atos se encaixam na definição de bullying físico.

Bullying indireto

Tanto o bullying verbal quanto o físico são diretos. O que define o bullying indireto é o fato da vítima estar ausente. Sabe aquela pessoa que fala mal pelas costas, espalha boatos, intrigas, a fim de prejudicar alguém? Isso se encaixa na definição de bullying indireto.

Grupos que excluem uma pessoa, promovendo seu isolamento, também praticam bullying indireto.

Cyberbullying

Cyberbullying são atos de intimidação intencionais e repetidos praticados por meio de dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares. O cyberbullying pode ocorrer através de redes sociais, e-mail, mensagem de texto, chat e sites. Se o assédio virtual for intencional, sistemático e tiver o objetivo de difamar outra pessoa, pode ser caracterizado como cyberbullying.

Podemos citar alguns exemplos de cyberbullying, como exposição de fotos de outra pessoa nas redes sociais com a finalidade de humilhá-la ou causar constrangimento. Formação de grupos em determinada rede social com o objetivo de humilhar alguém. O ato de espalhar boatos e fofocas comprometedoras e ofensivas na internet. A divulgação de vídeos abusivos contra alguém, seja por e-mail ou nas redes sociais. O ato de fazer-se passar por outra pessoa na internet, o que pode ocorrer inclusive com o uso do login dessa pessoa.

Saiba mais sobre Cyberbullying e outros Tipos de Bullying.

Consequências do bullying

As pessoas agredidas pelo bullying apresentam alguns sintomas, como distúrbio do sono, problemas de estômago, transtornos alimentares, irritabilidade, depressão, transtornos de ansiedade, dor de cabeça, falta de apetite, pensamentos destrutivos (como desejo de morrer, entre outros).

Em muitos casos as vítimas recorrem a tratamentos psicológicos, como terapias para amenizar as marcas deixadas pela agressão.

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