sexta-feira , 22 novembro 2024

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Médico que acorrentou caseiro e filmou é condenado pela Justiça; multa de R$ 300 mil

No dia do fato, Márcio o chamou para mostrar os apetrechos que ficavam na igrejinha da fazenda, quando colocou as correntes e começou a gravar o vídeo pelo celular

O médico Márcio Antônio Souza Júnior foi condenado a pagar R$ 300 mil, a título de indenização, por danos morais coletivos pelo crime de racismo cometido contra um caseiro negro na Fazenda Jatobá. Márcio filmou o homem com as mãos e pés acorrentados por uma gargalheira em seu pescoço, demonstrando uma simulação do período escravocrata na cidade de Goiás. O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro de 2022.
De acordo com a juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás, o valor será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas. Conforme o processo, o funcionário trabalhava na fazenda do acusado, onde recebia um salário mínimo para fazer serviço pesado. No dia do fato, Márcio o chamou para mostrar os apetrechos que ficavam na igrejinha da fazenda, quando colocou as correntes e começou a gravar o vídeo pelo celular.
Na ocasião, ele falava que o ofendido estava em sua senzala por não estudar e logo postou o vídeo nas redes sociais. Segundo o processo, no mesmo dia, passado alguns minutos da publicação, ligaram para o médico e pediram para que fosse retirado o vídeo. Nos autos, ele explicou que não tinha como retirar, mas que decidiu gravar um segundo vídeo.

Objetos usados
Por conta da repercussão, o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) foi acionado. Foram apreendidos uma gargalheira (objeto utilizado para aprisionar pessoas escravizadas pelo pescoço); um par de grilhões para mãos sem corrente (objeto utilizado para aprisionar pessoas escravizadas pelas mãos); e um par de grilhões para pés com corrente (objeto utilizado para aprisionar pessoas escravizadas pelos pés).

Após ter sido citado, o acusado apresentou respostas, onde foi submetido à audiência de instrução e julgamento. O parquet apresentou alegações finais.

 

fonte: g5news

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